terça-feira, 19 de julho de 2016

Livro Herói - A história da revista que influenciou uma geração


No meu antigo blog fiz uma postagem sobre a importância que a revista Herói teve na minha adolescência http://orgulho-nerd.blogspot.com.br/2013/02/revista-heroi-heroina-de-seu-tempo.html  , isso lá pela metade dos anos 90. Hoje em dia a publicação se mantém como o site http://heroi.r7.com/ e com ele tomei conhecimento da campanha de financiamento coletivo para o projeto do Livro Herói - A história que inspirou uma geração, feita através do site Catarse. Não colaborei com o crowdfunding, mas assim que vi o livro na banca comprei na hora. O livro, des de já com um sabor gostoso de nostalgia, é leitura obrigatória para quem acompanhava as revistas em formatinho da Acme/ Conrad nos tempos de moleque, ou mesmo para quem comprava uma edição ou outra, mas que reconhece seu valor histórico e influência que esta exerceu para a disseminação da cultura pop nos anos seguintes. Ok, a revista Herói e seus profissionais envolvidos merecem esse mimo 20 anos depois, assim como seus antigos leitores que se emocionaram em ter essa belezura em mãos, porém, em se tratando da leitura, acredito que os textos poderiam ser melhor trabalhados. Não falo do conteúdo, e sim da forma. O livro basicamente se resume à uma mesa redonda onde os profissionais relatam suas referências, experiências e aspirações, depoimento por depoimento sobre determinado assunto, e a leitura depois de certo tempo começa a ficar cansativa. Faltou uma melhor divisão por assunto, digo isso porque não queria que o livro se resumisse à depoimentos. Acredito que poderiam ter falado sobre histórias de bastidores, curiosidades, como faziam para ir atrás de matérias, notícias, suas viagens de trabalho, e até mesmo o processo de feitura das matérias, tecnicamente falando, programa que usavam, como conseguiam imagens, questões de direitos autorais, entre outras coisas que quem gosta de making of gostaria de saber. Uma modesta aula de jornalismo, talvez, levando em conta que era uma época onde a Internet não fazia parte de nossas vidas. Me pareceu que o livro foi feito da maneira mais barata possível, trilhando o caminho mais fácil, moldada por trocas de emails e mensagens virtuais, mas essa é minha opinião apenas. Apesar de descontente em alguns aspectos, eu gostei do livro. Achei as imagens muio bem escolhidas, encontrei algumas mensagens para mim valiosas no bate papo com os editores da revista, pude conhecer a redação melhor do que jamais poderia ter conhecido, e achei as informações de duas páginas a cada tópico de depoimento dinâmicas e esclarecedoras. Também achei genial a ideia de colocar todas as capas, uma a uma sequencialmente, relembrando as matérias e fazendo comentários, embora meu lado crítico chato desejasse ver as miniaturas devidamente ´´photoshopadas`` e mais bonitinhas. Mas o que mais me decepcionou foi não ter visto o mistério de um personagem emblemático da publicação ser sanado, o tal do Elvis Ricardo Jr, que sempre me pareceu um personagem criado pela redação. Até agora eu duvido que ele tenha existido de verdade, mas no livro não é explicado nada além de uma entrevista que põe em jogo ainda mais sua existência, afinal, ele não era tão caricato nem na época em que respondia o Correio Galáctico. E ele ainda é citado como um membro efetivo da redação em determinado trecho do bate papo, vai entender. A decisão encontrada para relembrar esse tal respondedor de cartas não foi o resultado mais satisfatório desse livro para muita gente, penso eu.  
Mas enfim, realmente recomendo a aquisição desse livro, sobretudo para quem de fato teve exemplares da revista em mãos. Vale como uma boa recordação, o preço é bom, o acabamento é de qualidade e vai fazê-lo passar longas horas relembrando tempos antigos, onde o mercado nacional se rendia pouco a pouco a esse vasto mundo do entretenimento que conhecemos hoje.

Ps: Depois de lembrar que o livro apresenta versões oriundas da Herói original como as edições especiais, a Mini, a Games e a Super, lembrei também da Som, essa considerada talvez o patinho feio, pois ninguém fala muito dela e durou uma edição apenas. Como o nome sugere, era a publicação especializada em música, que neste livro sequer tem sua existência lembrada. Imagino que as matérias programadas para suas edições seguintes tenham sido espalhadas dentro das publicações da própria Herói original, pois era comum no ano de lançamento da Som esbarrar com matérias relacionadas à músicas, bandas, cantores, Cds e entrevistas com os artistas. E eu já achava estranho tratar de música em publicação voltada a personagens e Super Heróis...