segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Viva a Dublagem Nacional (Versão Brasileira Herbert Richers)

 

Wendell Bezerra


Carlos Seidl

Eu era um dos que achavam que dublagem só ficava boa em animação, que descaracterizava os personagens de um filme tradicional, que era um insulto à atuação dos atores, que infantilizava as produções dando um ar de ´´Sessão da tarde`` para qualquer filme que fosse. Hoje, dada a dificuldade de se assistir a um bom filme em seu idioma nacional, de encontrar legendas bem traduzidas e bem sincronizadas, aprendi a acolher bem a dublagem brasileira, que aliás, é considerada a melhor do mundo, sem exageros, seja da Dublavídeo, Eclipse, Centauro, Rio Art, MGE, entre tantas outros estúdios de dublagem. Se pegarmos, por exemplo, seriados como Chaves ou qualquer outra produção de comédia, enlatado, sitcom, e compararmos as vozes originais com nossas dublagens, veremos que a versão BR é mais gostosa de se ouvir. Mesmo os seriados mais adultos, tendo as vozes escolhidas especialmente para cada personagem, torna sua narrativa de melhor assimilação para aquele que a acompanha, onde fica mais fácil se identificar com cada personalidade que nossas vozes imprimem. Tudo bem, pode não aparecer algo tão puro que um amante da sétima arte possa dar o braço a torcer, há quem faça questão da acessibilidade ao material original, sentir o regionalismo de cada produção, e, se compreender bem o idioma, comparar com as traduções das legendas. Mas se você assiste seus filmes acompanhados ou quer apresentar algo novo/ diferente, a versão dublada é sempre a melhor opção.

Cecília Lemes



Existe também o pessoal que pensa o contrário, de tão acostumado a ver os programas da infância dublados, acha um pesadelo a versão original, e os mais radicais conseguem criticar até mesmo aqueles que querem apenas matar a curiosidade de ver ao menos um trechinho de fala da versão original. São os chamados ´´puristas da versão BR``. Na maioria dos casos se tratando de animação ou programas infantis. Mesmo as vozes sendo sempre as mesmas, afinal, você já deve ter visto uma centena de filmes com as vozes de Orlando Drummond, Cecília Lemes, José Santa Cruz, Carlos Seidl, Hermes Baróli, Mário Vilela, Nelson Machado, Mário Jorge Andrade, Maria Helena Pader, Isaac Bardavid, Alexandre Marconatto, Wendell Bezerra, Manolo Rey, Felipe Grinnan, Francisco Brêtas, entre tantos grandes nomes. Infelizmente, muitos que emprestaram suas vozes para personagens que tanto nos marcaram não estão mais entre nós, mas seu legado é tão extenso que você ainda vai ouvir suas vozes em muitos filmes que ainda não viu.

 

Dublagens de seriados: Ao contrário do que muita gente possa pensar, o dublador não se restringe a um tipo específico de personagem, não escolhem o que dublar e tampouco assistem um pedaço da cena que vão fazer, pois o tempo de estúdio é corrido. Eles ganham por hora e fazem muita coisa por semana. Séries de diferentes gêneros contam com suas participações, e o dublador, talentoso como deve ser, consegue mudar seu tom de voz para cada personagem, seja ele herói, vilão, coadjuvantes, personagens cômicos, etc. Ouvidos menos atentos às vezes nem consegue ligar a voz a seu dublador. O dublador, no entanto, precisa ser ator por formação e, vamos ser francos, é um trabalho bem mais rico que o de atuação, por oferecer condição de maior versatilidade. O artista não precisa acompanhar o tipo físico de seus personagens e, para mim o ponto mais positivo, pode gravar vestido de qualquer jeito, mesmo mal arrumado, pela correria do dia dia.

Vale a pena assistir a filmes dublados hoje em dia? Minha resposta é sim. Mesmo que atualmente tenhamos poucos bons dubladores, o fato de fazerem as vozes de personagens importantes para a cultura pop mundial por décadas a fio, nos torna cada vez mais próximos, familiarizados com todo esse universo. A intimidade que passamos a ter com seus personagens, que falam como a gente, pensam como nós, é algo realmente grandioso. Para nós, todos esses personagens tem vidas, já deixaram de ser propriedades artísticas há muito tempo. E graças a nossos dubladores! Só não sou a favor de redublagem de clássicos que já estavam consolidados em nossa memória em sua primeira versão.

Manolo Rey

Nelson Machado

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

10 Filmes Ruins Que Eu Adoro

 


Sou o tipo que não liga para opinião alheia. Não me importa o que todos dizem, se determinado filme é bom ou ruim, eu preciso assistir para tirar minhas próprias conclusões e muitas vezes o resultado é surpreendente. Por essa razão nunca vá na onda dos críticos, seja seu próprio crítico. Listei aqui dez filmes que todos tentaram me fazer detestar, mas tudo que consegui foi amar e me divertir a cada vez que assisto.



1 – Mortal Kombat II - A Aniquilação: Do jeito que terminou o primeiro Mortal, tudo levava a crer que fariam uma continuação, e de fato torcíamos para isso. Queríamos ver os outros personagens em ação. Foi lançado Mortal Kombat – Aniquilação, mas foi de maneira discreta, poucos ficaram sabendo na época, e diretamente para VHS. Tudo bem que a qualidade era inferior, provavelmente produzido com orçamento menor, efeitos especiais toscos e figurinos que parecem cosplay, sem contar o uso de atores desconhecidos, com exceção dos que retornaram com seus papéis originais, Robin Shou  (Liu Kang) e Talisa Soto (Kitana). Jhonny Cage (Chris Conrad) não conta, pois morre bem no comecinho e da maneira mais idiota possível, desperdiçando chances de uso de falaties ou de um drama maior no time dos heróis. Apesar dos pesares, o filme continua sendo Mortal, e sinceramente, bem melhor que esse último aí que foi lançado. As cenas de ação são iguais às do game, todos os personagens aparecem com exceção de bem poucos, e o conjunto da obra, os monstros, as cores, explosões, lutas coreografadas, visual hi-tech de Cyrax, e Smoke (faltou o Sektos. Snif, snif,) nos dá a impressão de que estamos assistindo a um tokusatsu. Sem contar que a atriz que faz a Sonya Blade é uma gata. Pena que hoje é considerado uma vergonha alheia, sabe-se lá porque.



2 – Batman e Robin – Considerado, desde sempre, uma vergonha alheia danada, essa pérola de Joel Schumacher merece crédito por ter grandes nomes em seu elenco, George Clooney (então galã de Plantão Médico) como o herói, Uma Thurman como Era Venenosa, Arnold Schwarzenegger como Sr Frio e Alice Silverstone (então muito conhecida por As Patricinhas de Beverly Hills) como Batgirl. Além desses vilões geniais, ainda podemos ver a primeira versão de Bane, tudo bem que com um visual bem mais tosco, mesmo assim mais próximo dos quadrinhos, só que não fala, sua origem é outra e é bem menos ameaçador, limitando-se a ser capacho da Era venenosa. As cenas glaciais à la Frozen, a dupla dinâmica brigando como adolescentes disputando uma mina, os ´´Bat-mamilos`` da fantasia, a gatíssima Barbara Gordon em seu traje que a deixa bem mais sexy, as piadas tontas (quem viu jamais vai esquecer do Bat-cartão), o visual colorido, clima bem humorado, uma vilã sensual, e Alfred num drama típico de novela mexicana. Parece receita de filme de sucesso, não? Difícil entender por que o diretor teve que pedir desculpa.

 



3 – O Mundo das Spice Girls ­– Na segunda metade da década de 90, tudo que era moleque fantasiava em pegar ao menos uma da Spice... e quem era menina, sonhava em ser uma delas. Tudo bem, o filme O Mundo das Spice Girls foi feito para elas, é tudo bem feminino e fofinho, e ao contrário do que podiam pensar na época não se tratava de um documentário musical ou bastidores de uma turnê, e sim de um filme ficcional, com direito a extraterrestres e espionagem tosca. Entre os atores famosos podemos destacar Allan Cumming, praticamente irreconhecível como um paparazzi. Mas como as musas além de apimentadas eram divertidíssimas, o filme é uma curtição embalada com hits do grupo que fizeram moda na época. Dê o braço a torcer e assista escondido, livre de preconceitos.



4 – O Gato – É um desses filmes infantis que consegue ser engraçado sem ser tonto ou piegas. Espevitado que só ele, o Gato (O Gato do Chapéu, no original) é uma criação do mesmo autor de O Grinch, Theodor Geisel, popularmente conhecido por Dr. Seuss. O gato apronta tanto que se torna o tio que toda criança queria ter, sendo ele tão fantástico, agitado e cômico como um personagem da Carreta Furacão. Algumas crianças, bem sei, chegam a ter medo dele, mas... O filme conta também com uma participação bem rápida (e sem graça) de Paris Hilton. Injustamente foi indicado ao troféu Framboesa de Ouro em 2003, ano de seu lançamento, assim como também foi Mulher Gato e o recente Cats. Definitivamente a academia de cinema não gosta de gatos.



5 – As Panteras – Essa colocação serve para os dois filmes, o de 2000 e sua continuação, As Panteras – Detonando, que para mim são igualmente bons. Esqueça esse último de 2019 com Kristen Stewart, que tenta a todo custo provocar lacração feminista como se os dois primeiros já não fossem feministas suficientes, em uma época onde tudo era mais sútil. Eu muito pouco ouvia falar da série dos anos 70 até então, só ganhando intimidade com o time Alex, Dylan e Nat. Depois de me divertir bastante com o ritmo ágil e cômico, porém de roteiro fraco e de pouca profundidade do primeiro filme, vibrei com a participação irrisória do Rodrigo Santoro na continuação, além da tentativa de uma versão sombria, com a volta do personagem de Crispin Glover e com as referências engraçadas de outros filmes e séries. Achei até mesmo o Bosley do saudoso Bernie Mac melhor que o do Bill Murray. Mas claro que o que eu mais gostei foram das beldades que aparecem nos dois filmes.



6 – Double Dragon – Dizem que até hoje não existe um bom filme adaptado de jogos de videogame, inclusive o agora citado foi massacrado até dizer chega, mas sinceramente, achei o filme bem legalzinho. Tudo bem que é cheio de gracinhas, piadinhas infames fora de hora, podiam ter feito uma história mais séria, mas o filme diverte a maior parte do tempo. A descaracterização de alguns personagens nem incomodou tanto assim, como o Billy Lee moreno e não louro como nos games e o Abobo, vilão bem conhecido que virou uma espécie de monstro marombado e descerebrado dos Power Rangers, pois, afinal de contas, temos personagens interessantes como o ´´gran boss`` Chuko, Marian Delario, parceira dos irmãos Lee, e Linda Lash, interpretada pela belíssima Kristina Wagner. O elenco feminino, aliás, é para ninguém botar defeito, não podemos esquecer a gatinha singapurense Julia Nickson-Soul como Satori Imada, a matriarca dos irmãos dragão. Sem contar que pra mim esse é um filme especial, pois o assisti em uma época muito gostosa da minha vida. Minha memória emotiva, contudo, só me permite enxerga-lo com bons olhos.

 



7 -  Dragonball Evolution - Como adaptar uma série tão extensa e querida no mundo todo, dos mangás aos animes, com tantos personagens e arcos de histórias, para uma versão live action de aproximadamente 90 minutos? Parece uma tarefa complicada, certo? Sem contar que, para ter continuação, o filme precisaria ir bem na bilheteria, e a obra de Akira Toriyama é tão fantasiosa e cômica, com situações tão absurdas, que assim que noticiaram o filme todo mundo entendeu que o diretor tinha em mãos grandes responsabilidades. Pois bem, mudaram muita coisa, cortaram personagens, ignoraram a infância de Goku por mais que tentassem resgatar elementos da primeira saga Dragon Ball, condensaram um grande arco da história para caber no tempo de projeção tendo Piccolo como vilão principal, e deixaram os personagens e as situações mais críveis para que qualquer pessoa pudesse assistir, não só o otaku fan do anime. Muitos torceram o nariz para a escolha de Justin Chatwin para o papel de Goku, mas os produtores sabiamente lembraram que o saiyajn não deveria ter olhinhos puxados como o restante do elenco, e isso é ponto positivo, assim como a caracterização dos personagens no que era possível, mas o mais interessante para mim foi o penteado (ou a falta dele) do protagonista ter sido respeitado. As atrizes que fizeram Bulma, Chi Chi e Mai são tremendas gatas bem escolhidas, as cenas de luta são boas e só o que me incomodou foi o tempo curto de projeção. Teve umas coisas diferentes como o visual do mestre Kame, um Yamcha menos tímido e Goku como um colegial vitima de bullying, mas também teve muito fan servisse como Sheng Long aparecendo, Goku virando um Oozaru (macaco gigante que os saiyajin viram ao olharem a lua cheia) e a luta final se encerrando com o kamehameha. Precisa de mais coisa para o filme ser maneiro?



8 – Os Mestres do Universo – O príncipe de Etérnia tem algo a mais que muitos personagens dos desenhos animados dos anos 80; um filme com ´´personagens de carne e osso`` como anunciava na televisão. Até hoje tem gente reclamona achando defeito, esquecendo o ano que foi feito, as tendências da época e as inevitáveis limitações. Permanece sendo o único filme de He-Man, o que me faz assistir sempre que quero rever o herói na pele de alguém que honre seu nome, e vamos ser sinceros, Dolph Lundgren ficou ótimo para o papel, e seu visual muito bem representado. Temos uma produção digna de Star Wars com direito a frase clássica do personagem ´´Pelos poderes de Grayskull, eu tenho a força!!`` e só sentimos falta do príncipe Adam, Gorpo e Pacato/ Gato Guerreiro. O roteiro pode ser um pouco infantil, mas vamos lembrar que a animação também não era nada adulta.

 



9 – DOA – Vivo ou Morto – Baseado em um jogo que ninguém conhece, fica difícil esperar algo bom, sendo que até jogos populares nunca foram bem representados. Mas saca só, cenas de ação coreografadas bem ao estilo Matrix, narrativa dinâmica, humor ácido, violência e muitas, mas muitas garotas bonitas, são ingredientes que deixam qualquer filme interessante. Aqui, as lutadoras são o atrativo principal. O visual e as cores deixam tudo mais leve e alegre. Pode confiar.

 



10 – A Bússola de Ouro – Filmes únicos, sem continuação, podem ser considerados um flop. É o caso de a Bússola de Ouro, adaptação do primeiro livro da série de Phillip Pullman, Fronteiras do Universo. O filme conta com uma história que busca atrair tanto crianças como adultos, de drama comovente, personagens carismáticos e excelentes efeitos especiais e visuais. Sem contar as fofuras que ajudam a quebrar a densidade da trama. A série de livros não chega a ser um Harry Potter aqui no Brasil, a história é mais complexa, cheia de fundamentos teológicos e menos gostosa de ler. Já no filme temos a gracinha Lyra Belacqua (Dakota Blue Richards) e seu amiguinho daemon (no caso dela, uma espécie de ratinho chamado Pantalaimon, que quando preciso se transforma em outros bichos, como um gato), seu amigo e companheiro de aventuras Roger Parslow (Ben Walker), cujo daemon é Salcillia, um cão de raça terrier, e a cereja do bolo, o urso polar super cuti Iorek Birnison, pois não é sempre que vemos uma fofura dessa enfiada numa armadura de guerra, dando porrada e enchendo a cara deprimido, o que faz a gente ter vontade de botar no colo e dar muito carinho. Nicole Kidman como a vilã bela e sedutora Marisa Coulter também ajuda a vender a trama, no entanto, toda essa dramaticidade não casou bem com certos elementos infantis e público e crítica estranhou a combinação. Nem o visual glacial à la Frozen foi capaz de dar ao filme uma experiência sensorial mais palatável. Mas o espectador maduro que sabe acompanhar as nuances a cada direcionamento da trama vai entender que o filme é maior do que parece. Enfim, um filme nem para crianças nem para adultos, e sim para poucos.

 

Esses são apenas alguns filmes que têm meu respeito, minha admiração, independente se são sucesso ou não. Você, espectador, busque sua opinião, não vá atrás do que as pessoas dizem. Assista e opine você mesmo. Tem tanta gente por aí detestando coisas sem nem saber porque.

sábado, 4 de dezembro de 2021

Pirata do Espaço – Anime das antigas (Texto com Spoiler)

 

Terminei de ver um anime que, apesar de ser bem antigo, até então só conhecia de nome. Foi um dos primeiros animes a passar no Clube da Criança, programa oitentista da Manchete, e ainda no tempo da Xuxa como apresentadora, mas eu ainda era um zigoto praticamente e não cheguei a aproveitar. Anos mais tarde o anime foi para a CNT junto com outros clássicos, como Macross e Don Drácula, na programação infantil noturna, um horário um tanto ingrato, e não me interessei em acompanhar.



Depois de assistir já adulto, percebo a vantagem que foi não ter conhecido a animação quando criança. Primeiramente pude experimentar, sem nostalgismo e de olhar maduro, essa animação de qualidade, de roteiro sensível e primoroso. Depois, que eu iria simplesmente desabar em lágrimas a cada drama explorado nos episódios. Sim, porque o anime é uma sofreguidão só. Sendo uma produção dos anos 70 a animação tem todas as características de produções da época, mesmo as americanas, como as da Hanna Barbera. Seus traços, cores, visual dos personagens, todos usando roupas de época e de calças tradicionais boca de sino, efeitos sonoros, e mesmo as músicas. As músicas são ótimas, remete bem ao estilo da época, tanto de abertura quanto das cenas de combate, e o curioso é que na trilha de Piratas tem até um sambão. No nosso caso a dublagem ajuda a manter a padronização, como Cleonir dos Santos (voz do Daniel Larusso, de Karatê Kid) como a voz de Jô, o mocinho principal, piloto de acrobacias que se uniria a Rita, uma gailariana em fuga, no controle do Pirata do Espaço contra a invasão do inescrupuloso exército do Império Gailar, e as famosas vozes de José Santa Cruz e do saudoso Orlando Drummond, para os vilões. Só que, diferente das produções americanas, Pirata do Espaço (Groizer X no original) carrega em sua fórmula elementos tão presentes nos animes, dos mais antigos aos atuais, como mortes, sangue e violência. Sim, muita violência. Parece que no Japão a criançada é mais familiarizada com esse tipo de coisa e as histórias dos episódios não se sustentariam sem isso tudo. A nave Pirata do Espaço comandada por Jô e Rita se converte em um super robô de combate contra os Robôs Bomba, naves de batalha comandadas pelos vilões do Império Gailar, que têm o Imperador Geldon como líder. O pai de Rita, um cientista bondoso, foi obrigado pelos seus até então companheiros a entregar o colossal Pirata do Espaço, sua maior invenção. O cientista, no entanto, se sacrifica ao enviar a filha para bem longe dos bandidos. Rita e a nave vão parar nas mãos da equipe do professor Tobishima, veterano da segunda guerra e chefe da base aérea Akane. Além de Jô, com quem passa a fazer parceria, a equipe conta também com o mecânico Ippei, o garoto Sabu e o também veterano de guerra Baku, dono do avião biplano Dragão Vermelho, fora tantos outros personagens que aparecem por durante toda a série. Como um dos mais simpáticos cito Gen, um pescador doido para ser piloto igual aos amigos da base Akane, mas que nunca conseguiu sequer levar jeito para coisa. Todos eles vão mostrando, no decorrer da série, serem dignos companheiros de Jô e Rita.




Mas nada é tão fácil para nossos heróis. Muito sacrifício precisou ser feito, muitas lágrimas derramadas, muito sangue, dor, perdas, sofrimento e raiva, muita raiva! Tudo isso pode definir a série. Confesso que me emocionei bastante em muitos episódios, e se eu tivesse visto quando criança talvez levasse anos para superar. Mas como de praxe o bem vence o mal, entre as coisas justas da série é revelado que o pai de Rita estava vivo, e o reencontro entre pai e filha foi mais que satisfatório. Bem, isso depois de Rita já ter sido adotada pelo doutor Tobishima, o que custou suor para ela decidir se aceitava ou não. Os dois retornam ao planeta Gailar afim de retomar sua vida normal após o fim da grande ameaça, mas deixam o Pirata do Espaço como mimo para Jô e a equipe do professor Tobishima. Isso significa que entre o casal protagonista não existia nada além de amizade, e honestamente prefiro o final assim, cada um para seu lado, sem deixar a impressão de que homem e mulher não podem apenas ser amigos. E como diria aquele policial do filme Velocidade Máxima, toda relação construída a partir de uma situação de estresse tende a não durar. No entanto, a despedida dos dois amigos não me comoveu, o que quase me fez chorar mesmo foi o episódio da morte de Baku.




A série como um todo é muito boa, sabe mesclar com perfeição momentos cômicos e momentos trágicos, sem deixar de lado as cenas de ação e a motivação dos personagens. É muita coisa em se tratando de animação infantil. Se você não conhece ou se viu há muito tempo, não perca a chance de aproveitar todos os episódios em canais no Youtube.