quinta-feira, 28 de maio de 2020

O Milagre da Sela 7 - Qual versão é a melhor?


Milagre na Cela 7: Final explicado e teorias do filme da Netflix

Assistir Milagre na Cela n° 7 coreano original filme online ...

Para um filme ter um remake, o diretor que se propor a tal projeto precisa estar convicto de que pode fazer melhor que o original. Geralmente acontece quando a ideia é boa, mas o filme nem tanto, por isso a necessidade de reciclar o roteiro, para ele não acabar sendo desperdiçado assim, em uma produção ruim. Ou mesmo depois de tantos anos, quando a história precisa ser reajustada aos padrões atuais, com as produtoras preocupadas em lucrar em cima de um nome já consagrado. Porém, Quando o filme já era bom, as chances de sair uma porcaria são grandes, já que é sabido que em clássicos não se mexe. Ou então, quando precisamos adaptar a história para outro país, mexer com o que funciona melhor em determinadas regiões, lembrando que nosso mundo é dividido por seis continentes e diferentes culturas. É o caso de O Milagre da Sela 7, filme original do cineasta sul-coreano Lee Hwan-gyeong lançado em 2013, adaptado em uma versão turca exclusivamente para a Netflix, dirigida por Mehmet Ada Öztekin. As duas versões conseguem ser diferentes, apesar da mesma premissa. A primeira contrasta momentos de humor com forte carga dramática e emocional, principalmente no que se trata a respeito de Yong-Goo (O ´´Memo`` original) e sua filha Ye-Sung, que nessa versão parece ser bem mais inocente e desassociada da realidade que a ova, cruzando com a história de outros personagens, como o delegado de polícia que se sensibiliza com Yong-Goo e acredita em sua inocência, cultivando uma forte apatia com sua história de vida e buscando fazer de tudo para ajudá-lo. Os outros detentos nem chegam a parecer assim, tão ameaçadores, quanto na versão turca. Na última versão tudo é mais agressivo, tem mais detalhes, e o roteiro não tem pressa a revelar a premissa original. Sem querer dar spoiler, o final é conveniente modificado, mudando um pouco o sentido proposto para deixar tudo mais palatável para qualquer tipo de público, mas em ambas as versões um sacrifício foi preciso ser feito. É uma pena a versão turca ser mais conhecida que a original, ainda é bem difícil encontrar para assistir, mas talvez, não fosse essa refilmagem, a história e toda sua profundidade se perderia com o tempo... e em seu país de origem.

Comparações entre produções diferentes de um mesmo roteiro são inevitáveis, e de longe podemos nos lembrar de alguns detalhes que às vezes não são tão detalhes assim, pois acabam sendo capazes de mudar o sentido de certas tramas. Mas devemos lembrar que em ambas as versões, os personagens centrais fazem grande diferença para a vida dos detentos e dos agentes penitenciários. Na versão coreana, por exemplo, o protagonista é acusado, além da morte da menina, de violência sexual. O ritmo é mais ágil quanto aos fatos, mas mesmo assim o roteiro tem muita barriga, repetição de acontecimentos e tramas paralelas. Não que na versão turca não tivesse, mas aqui algumas tramas paralelas poderiam ser facilmente agilizadas, sem desperdiçar tempo de tela. Porém, elas abrem caminho para o humor, drama e sentimentalismo, como a tentativa frustrada de fuga de Yong-Hoo e sua filha, que mesmo assim rendeu uma belíssima e metafórica cena, o tipo de coisa que faltou na última versão. O prólogo, o epílogo, tudo bem denso, explicativo e positivo, foram o diferencial que rendeu pontos para a primeira versão. Fora outras coisas como a troca da personagem das mochilas desejos de consumo de Ova e Ye-Sung (Heidi dos Andes na versão turca, e Sailor Moon na versão coreana. A personagem Sailor Moon, aliás, ainda é bastante explorada por durante todo o filme.), as maneiras como o pai da menina morta demonstra sua crueldade, tal crueldade que faz a gente ter menos pena dele, e outros detalhes narrativos modificados entre uma versão e outra, como um soldado desertor possível testemunha, personagens usados como licença poética para livrar a pele de nosso herói, sua avó com quem pode contar para cuidar de sua filha nessa última versão, entre outros. O que sempre vou concordar é que, tanto em uma quanto na outra, o personagem central está bem representado, natural em sua inocência e maneira alegre com a qual lida com a vida. Características essas que o aproxima ao mundo infantil e o faz ser tão amado pela filha. Diante de tanto sofrimento que o pobre diabo encontra pela frente, o espectador acaba esquecendo-se da garotinha que teve um triste fim levando a todos esses acontecimentos, e nisso as duas versões mandam muito bem. O roteiro é triste, trágico, contudo, ensina que a justiça deve ser sempre gentil ao tomar suas decisões, evitando as erradas. E é claro, é um filme a favor da vida, contra penas punitivas de morte, e prova que toda vida é igual. Merecem ser vistas as duas versões.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Tarjas laterais nos seriados tokusatsu de Mundo Animado


jaspion - Twitter Search


As manhãs de domingo da Band conta, já faz algumas semanas, com a volta dos seriados Changeman, Jiraiya e Jaspion, grande sucesso há mais de vinte anos em nossa terra. Seria interessante dar uma força para o retorno do tokusatsu à Tv aberta, mesmo se seu futuro parecer incerto. A emissora ouviu os apelos dos fans xiitas para que a medida original da tela fosse respeitada, levando em conta que os programas foram concebidos nos anos 80, tempo em que as Tvs eram quadradinhas. O que a Band fazia para adequar os programas aos tempos atuais era dar um zoom na tela, o que acabava cortando partes de cima e dos lados, mesmo que coisa pouca. Eu apoio que os programas de antigamente precisem se adaptar aos moldes atuais de exibição, mas acho esse zoom inapropriado. Poderiam simplesmente esticar e achatar a tela, de tal modo que, depois da edição, ocupe o espaço de tela de uma televisão dos padrões atuais. Mesmo assim os fans reclamariam, dizendo que também fica ruim, como velhas reclamonas. Sou mancheteiro também, mas não acho que o formato precise parar no tempo. Ora, o programa é o mesmo, o que mudou é a maneira de assistir, passando por uma reciclagem, lembrando que também resistimos à mudança das Tvs de tubo para as de tela plana de led, satisfeitos com a evolução. Nem mesmo Chaves eu conseguiria assistir em seu formato original. Resultado, cedendo aos apelos dos fans antigos, que na verdade é o principal público alvo, e aos do próprio Nelson Sato da Sato Company, a Band se rendeu ao formato quadrado, deixando as tarjas dos lados, agora coloridinhas e customizadas para ´´não ficar feio``. Não gostei. Pareceu um remendo, pareceu que tentavam reparar algo que não tinha jeito, parecia que não seria possível completar a tela, ou não sabiam como fazer isso. Mudou coisa pouca ou quase nada na tela onde se desenvolvia a ação. Mas fazer o que? É o tal ´´O cliente tem sempre a razão``. E tem gente que ainda reclama da demora com que a Band levou para atender esse pedido.

terça-feira, 19 de maio de 2020

O QUE FALAR A RESPEITO DOS CURADOS DO COVID-19


Mais de 50% dos pacientes com covid-19 no Brasil já se curaram ...

Com toda essa histeria de corona vírus, o medo de se infectar achando que basta pisar na rua para que o ar contaminado, com seus vírus flutuantes, nos acometa com o covid-19, fico aqui pensando nas pessoas que já se infectaram e se curaram. Será que essas pessoas têm menos medo que os que ainda não? Pois a pessoa viu que pode sim ser vulnerável, mas que nem sempre pegar a doença significa que vai ser levada à morte, e, quem sabe, pode até estar relaxando seus cuidados, acreditando que o pior já passou. De repente que adquiriu certa imunidade ao vírus, como se fosse uma catapora, por exemplo. Hoje os especialistas estão estudando um jeito de usar anticorpos de pessoas recuperadas para a fabricação de vacinas. Nunca se sabe ao certo o que pode acontecer. Ao menos, ao contrário de muita gente por aí, aquele que se contaminou sabe que o vírus existe. O que tem de gente acreditando na teoria da conspiração e mesmo duvidando da existência do vírus, não são poucas. Agora, quanto sua recuperação, se é terrível ou não, quais sintomas se manifestam, isso varia de pessoa para pessoa. Imagino que o pior de todos é a tão ameaçadora falta de ar. É tanta informação que recebemos por aí que nem sabemos mais no que acreditar. Tudo que sabemos é que o vírus existe e que devemos ficar em casa trancados por tempo indeterminado (na verdade estamos até nos acostumando a viver assim), mas se o vírus é terrorismo ou não, arma química, biológica, ou se veio mesmo do morcego, se tem planos conspiratórios envolvidos, se é o início da nova ordem mundial sendo estabelecida, quando vai terminar, etc, essas coisas ninguém pode saber. Não vai passar de teorias, cada um falando o que acredita, sem provas e sem chegarmos a uma conclusão. É como correr em círculos. Ninguém sabe e nem pode afirmar nada, só o criador. Perto dessa doença, parece, todas as outras ficaram pequenas, por isso a razão em acreditar que tudo possa estar sendo manipulado. Mas e então, o que fazer nos dias de hoje? A resposta é; NADA. Isso mesmo. Antes de ser chamado de gado que segue a maioria, ou mesmo de duvidar da existência do tal vírus, a verdade é que ninguém paga para ver. Obedecemos a um sistema social já estabelecido, talvez não aqueles sem referência de autoridade, esses sim fazem o que acham certo, mas nós, que nascemos, crescemos e nos desenvolvemos em uma sociedade em comum, estamos mesmo acostumados a acreditar e seguir o que vemos na televisão. Mas minha dica é que não veja tanta Tv. Não digo o mesmo da internet, pois ali cada opinião é própria, não precisa necessariamente seguir a uma agenda, mesmo assim é bom filtrar, estudar e checar fontes, para só a partir dali chegar a uma própria conclusão. Claro que talvez não adiante muita coisa, mas você não vai ser um alienado que não sabe a estimativa de uma vacina, a data provável para o relaxamento da quarentena e como e quando se preparar para uma vida, digamos, mais próxima com a qual estava acostumado. É certo que todos sabem que para as coisas voltarem ao normal totalmente vai levar um pouco de tempo. Caso queira se manter informado pelos veículos de mídia tradicionais, recomendo se afastar do grupo Globo, grande veículo de desinformação e pautado no capitalismo. No mais, seguiremos com nossa vida normal, sem alarde, fazendo o que pudermos fazer, acompanhando o desdobramento dessa pandemia, suas consequências sociais e econômicas, rezando por um desfecho satisfatório. Os cuidados a serem tomados vocês já devem saber.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Regina Duarte mereceu ser crucificada?


uploads.metropoles.com/wp-content/uploads/2020/...

A princípio não tive vontade de fazer um post sobre esse tema, mas, como esse blog se propõe a falar de todo tipo de manifestação artística e meus gostos especiais de um entusiasta de artes em geral, acho que um assunto tão recente tratando-se da ministra da cultura atual não pode passar despercebido. A entrevista de Regina Duarte para um programa da CNN divide opiniões. Longe de querer misturar com assuntos políticos e partidários, acredito que, desde o início, a mulher foi colocada numa saia justa por uma equipe jornalística pouco profissional, antibolsonarista, que sem se preocupar em não evidenciar perguntas tendenciosas, foi logo atacando com perguntas que fugiam à sua função. Não necessariamente Regina precisaria estar de acordo com propostas do partido com a qual trabalha, se já há muito tempo desejasse ter a oportunidade de propor suas ideias, direitos e deveres a toda uma classe artística, classe da qual faz parte há tantos anos. Como ela mesma disse, esse negócio de esquerda e direita é algo descabido, não passa de um rótulo. Não vou dizer que gosto da Regina Duarte como artista ou ministra, para mim tanto faz, mas é certo que suas propostas não precisam estar associadas com o sistema do governo Bolsonaro, é uma área totalmente específica, esse governo nada ou muito pouco entende de cultura, e se é sua chance de fazer alguma coisa nessa época tem mais é que aproveitar a chance. Ao menos a cultura dos dias atuais pode estar sob boa gestão, longe de toda sujeira e desordem do sistema político atual, e o que a Regina Duarte pode fazer é botar a mão na massa e cuidar do que pode. Ela foi duramente interrogada e criticada pelo sistema fascista brasileiro que se manteve até 1985, principalmente depois de ela falar sobre sua relação com o presidente. O jornalístico fez questão de frisar que o presidente enaltecia o poder e a ´´competência`` de coronel Ustra, em atividade no movimento e responsável por prisões e torturas de jovens, inclusive crianças. Mas, com sinceridade, esse assunto não cabe à Regina, com certeza ela não seria favorável a esse movimento, e ela não se referia a essa fala e a todas essas questões quando contava os momentos em que conversava com o presidente e este explicava as duras penas que enfrentaria aceitando o cargo. Pessoas normais não compactuam com as falas do presidente e menos ainda com o sistema político que o Brasil atravessou nessa fase, com certeza essa época vai ficar para trás sem jamais se repetir, lembrando que o primeiro passo que o Brasil precisaria tomar para voltar com a ditadura hoje seria tirar a internet do alcance de todos, veículo onde mais temos liberdade de expressão. Também não estou dizendo que sou a favor do governo Bolsonaro, apenas quero ser justo com aquilo que podemos salvar, se feito com boa vontade. Regina Duarte, com sua imagem bem viva de certas ´´Helenas`` de novelas do Manuel Carlos, quase todas ambientadas no Leblon, bairro do Rio de Janeiro, tem carisma, fala mansa, e esbanja a satisfação e a  simplicidade de uma pessoa feliz. Pode ser que ela não saiba se expressar muito bem, precisaria de um assessor, ela ainda é mais atriz do que ministra, mas é só com isso que ela peca. Mas é aquela coisa, você pode se enforcar com suas próprias palavras, as pessoas não perdoam, é normal se prejudicar por até muito menos. As pessoas não têm boa vontade de procurar entender ou ter apatia, pois julgar é mais fácil. Quando Regina mostrava-se ´´não ligar`` para as pessoas que morreram em épocas passadas pelo sistema ditatorial fascista, comparando com holocaustos e outros ditadores, ela queria dizer que era algo que ficou preso no passado, que nada mais podemos fazer além de deixar para trás e não reproduzir, que devemos ´´olhar para frente`` e pensar no que fazer para o futuro, dentro de sua função, projetos envolvendo a classe artística, logicamente. Afinal, o que essas questões teriam de ligação com o trabalho que a Regina vem fazendo, sendo que não tem nem mesmo com o governo Bolsonaro? A ministra não é desnaturada, não quer passar panos quentes, apenas dizia que nada mais poderia ser feito, e que, a partir de agora, devemos pensar em um futuro melhor, um futuro vivo, com artes e qualidade de vida. Sei que é um assunto sensível, que é preciso cuidado na hora de se pronunciar, mas mesmo assim, vivemos uma época em que precisamos ser solidários, tentar entender e encontrar um senso comum. Lembrando que a área da Regina é somente a cultura.
Quanto às doenças, essa pandemia que não podemos esquecer e todas suas mortes, inclusive de artistas, vítimas ou não do covid-19, Regina foi obrigada a tomar um posicionamento, e como grande parte do mundo, encontrava-se de mãos atadas. O que pôde fazer é entrar em contato com a família de artistas falecidos ou convalescentes, como qualquer pessoa de bem. Regina não é culpada pela disseminação de doenças ou por mortes, e como ela mesma disse na entrevista, não quer falar disso.  Mostra-se focada em trabalhar pensando na vida, recuperação, trabalho e artes. O que ficou para trás, o que não é de sua alçada, ou planos políticos que não influem no que ela pode oferecer, não estão dentro de sua proposta. Não adianta querer despejar na ministra todo seu descontentamento com a política no Brasil. Regina Duarte pode parecer sim aluada, dissociada da realidade, mas isso é apenas um reflexo de sua veia artística, acho que ela devia ser mais respeitada, tem todo direito de ocupar essa cadeira, atriz com tantas novelas no currículo, a eterna ´´namoradinha do Brasil``. Precisa de um crédito de confiança. Quanto a não querer responder o depoimento de Maitê Proença, foi só uma reação natural a um programa tendencioso que não avisa o que tem em pauta. Mesmo assim, acho que ela devia responder, com imparcialidade, independente do tema a ser analisado, como boa ministra que acredita ser, ouvindo e acatando as pessoas envolvidas em seu meio. Regina foi intransigente, geniosa, sequer ouviu o que a colega tinha a dizer, e essa é minha única crítica quanto a seu comportamento de ministra da educação. No mais, Regina não é a culpada por todas essas coisas ruins que vem acontecendo, culpem o governo Bolsonaro, os órgãos específicos, não o ministério da cultura.

terça-feira, 12 de maio de 2020

Capitão Planeta e os Protetores


Túnel do Tempo – Capitão Planeta | Gabo Carvalho

Insisto em dizer que os desenhos antigos são os melhores. Hoje em dia é difícil encontrar um desenho que funcione tão bem para todas as idades, melhor que isso, que seja sim infantil, mas um infantil levado a sério, que não fique datado, preso no tempo. Uma clássica animação que podemos destacar é Capitão Planeta, que, visto em qualquer época, continua sempre atual. Passava nos anos 90, nas manhãs da programação da Globo, e enquanto crianças não percebíamos a grandiosidade das mensagens que o desenho passava, para muitos era apenas uma animação tradicional de cinco jovens escolhidos de diversas partes do mundo a dedo, por uma entidade da mãe natureza para combater o mal, sendo que, na verdade, o principal mal não é nada como uma invasão espacial, por exemplo, e sim uma ameaça que existe mesmo na vida real; a poluição. Cada um portava um anel do qual extraía poderes baseados em cinco elementos da natureza; o ruivinho novaiorquino Willer, jovem bonito e forte candidato a protagonista (o que não podia ser diferente, já que o desenho é americano) possui o poder do fogo, o que é condizente com sua personalidade e seus desejos ardentes à flor da pele, levando em conta sua idade e seus hormônios em ebulição, sempre tentando conquistar a loirinha russa Linka, mas nunca obtendo sucesso. O jovem é um tanto ignorante quanto às questões naturais, mesmo sendo por conta da influência das pessoas à sua volta ao longo de sua vida. Também é impulsivo, corajoso, viril, mas sempre gente boa. No time masculino também temos Kuami, representante da África. Preocupado com plantações de árvores e alimentos em sua terra árida e pouco fértil, acaba ganhando o anel cujo poder é a manipulação da terra. Como representante da América do Sul temos o indiozinho Ma-ti, um provável brasileiro, habitante de uma tribo da Floresta Amazônica, o mais novo do grupo, e um tanto frágil e sensível. Seu poder é o ´´Coração``, que, embora não sendo um dos elementos naturais, é importante para a conexão, o respeito e o desejo de preservação a tudo de importante à sua volta. Ma-ti vive acompanhado por seu macaco prego de estimação, Sushi, embora seu nome não faça o menor sentido. No time feminino temos a asiática Gui, que em contrapartida à modalidade de pesca aos golfinhos tão comum nos países asiáticos, a menina tem como paixão esses simpáticos mamíferos. Também é uma exímia nadadora, razão pela qual ganhou o poder de manipulação da água. E a já citada Linka possui o poder de manipulação do vento. O desenho não deixa claro se os jovens possuem a capacidade de criar tais elementos ou apenas manipulá-los através de matéria prima já fornecida, na maioria das vezes parecia que apenas Willer tinha capacidade de criar seu elemento. Conforme as coisas iam ficando piores, os jovens uniam seus poderes (quase sempre por iniciativa de Kuami) e formavam o Capitão Planeta, um herói peculiar de corpo metálico, cabelo verde e partes vermelhas, não necessariamente obedecendo às cores do planeta Terra, super forte, com capacidade de voar e o dom de reciclar materiais destrutivos para alguma coisa que a natureza possa aproveitar. O interessante é que ele não fazia o tipo indestrutível, tinha lá seus pontos fracos, como a poluição e a toxicidade, que enfraquecia seus poderes. Eu até chego a achá-lo fraco, pois vivia levando a pior no combate aos inimigos. A poluição, inclusive, enfraquecia os poderes dos anéis. Nesse caso, os jovens heróis tinham que criar outra estratégia.
Batizado por Os Protetores, os jovens foram escolhidos e reunidos por Gaia, entidade representante da natureza, que se manifesta por uma morena formosa e altiva. Eles se reúnem na Ilha da Esperença sempre que surge uma ´´Ecomissão``, como bem diz Gaia. Além dos anéis, Gaia também ofereceu aos Protetores o Geo-planador, nave ecológica movida a energia solar, que os jovens se revezam para pilotar e se dirigir a diversas partes do globo, e onde podem observar a tudo pelo Planeta visão, monitor embutido no painel do veículo. Eles usam também o Geo-submarino, para missões aquáticas. Se os jovens retornam para seus respectivos continentes, casas e família após cada missão, não sabemos, mas é certo que os cinco passam muito tempo juntos, se divertindo ou trabalhando, como grandes amigos. Ao longo da série eles chegam a conseguir alguns aliados que os ajudam a manter a ordem e o equilíbrio ambiental.
As ameaças ecológicas representam problemas reais, mas nessa animação os gananciosos, que muitas vezes fazem uso de planos antiéticos, são vilões fixos, estigmatizados, fácil para a compreensão das crianças de como funciona o lado sombrio do progresso e suas consequências para o futuro. A série se preocupa em sugerir o melhor modo de como deve funcionar as indústrias, o comércio, respeitando a vida, o espaço geográfico, fazendo observar que, a longo prazo, o respeito ao meio ambiente é mais importante que o dinheiro, do contrário nada faria sentido. Os vilões são interessantes e bem trabalhados, representados por poluidores como Greendler, um homem de sugestivo aspecto suíno sempre acompanhado por seu braço direito Rigger, a Dra Blight e seu fiel computador de inteligência artificial M.a.l, Duke Nuken, Bil Plender, Matreiro (Dr Lodo), Verminoso Scum, Celsu Jeira, Zarm, Roupa de Couro e muitos outros, dos mais terríveis aos mais atrapalhados. Ao final de cada episódio, os heróis passam mensagens de como devemos cuidar da natureza.
Mesmo depois de tantos anos a série continua atual, com suas questões ambientais. Já adulto, percebo que o desenho é muito mais que um simples espetáculo infantil, e o quão importante ele é para o desenvolvimento de um adulto responsável, consciente com o mundo em que vive. Pena que a maioria dessas questões nos passava despercebidas quando crianças. Eu diria até que é uma animação à frente de seu tempo, e se mais animações como essa fossem produzidas na época, quem sabe o mundo hoje não seria bem melhor. O desenho já citava, mesmo nos anos 90, aquecimento global, crescimento populacional, uso de drogas por adolescentes, poluição, desperdício de dinheiro, pragas, pestes, quarentena, desmatamento de florestas, mau gerenciamento na criação de animais, preconceito com certos tipos de animais, caçadas ilegais, desequilíbrio na fauna ambiental, falta de ética na venda/ aquisição de produtos e mercadorias, ciência ilegal, enfim, tudo de maneira didática, permitindo-se o uso de alegorias, mas tratando com seriedade, de modo que toda a família pudesse entender. Permitia-se o uso de imagens chocantes para fins educacionais. Pena esse desenho ter praticamente se perdido no tempo com todas essas mensagens, porém, acredito que ainda não é tarde para redescobrirmos seu conceito e pôr em prática tudo que a animação sugere. Vivemos um momento de preocupação com o meio ambiente e a vida na Terra, nada mal para estudarmos meios de preservação do mundo onde vivemos. Seja conversando com as pessoas, pesquisando por aí, e seguindo o bom senso. Já somos grandes e sabemos o que precisa ser feito. Na dúvida, podemos até mesmo lembrar quando éramos crianças e revisitar episódios antigos da série animada Capitão Planeta. Vai que refresca nossa memória?