sábado, 2 de novembro de 2019

ÉRAMOS SEIS NA GLOBO É UMA GRANDE DECEPÇÃO


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Sempre que fazem um remake de filme, seriado ou qualquer outra coisa de uma obra que já era boa em seu tempo, me pergunto o que é necessário fazer, se é melhorar, dar uma outra visão, reciclar para os padrões dos dias atuais ou conquistar novos públicos, além de continuar lucrando em cima dela. Provavelmente é uma mistura de todos esses fatores, e parece que nos dias atuais a audiência é menos exigente, os tempos são outros, temos agora concentração de peixinhos dourados, e com isso o conceito artístico é deixado de lado e o que vale mesmo é a audiência alta, o que dá lucro, aproveitando o tempo, o espaço e o momento exato na vida desses espectadores para enfim lhe ser apresentado. É exatamente essa a certeza que temos com relação ao segundo remake da novela Éramos Seis, adaptação televisiva de Rubens Ewald Filho e Sílvio de Abreu para o romance de Maria José Dupré. É de imaginar que os problemas comecem a partir daí, pois poderíamos esperar uma outra adaptação, por novos autores, do mesmo romance, e não apenas mais um remake, mas, como a audiência está sendo boa, ainda mais em se tratando do horário em que é exibida, a novela pode sim ser considerada um sucesso, por mais que possa desapontar alguns espectadores mais velhos. Apesar de se tratar de um romance de época o livro não fica preso no tempo, o cotidiano de uma família tradicional que enfrenta problemas de relacionamento, dinheiro, mudanças, conflitos e problemas sociais funcionam para todas as épocas, sem deixar de lado questões importantes da história de São Paulo como a revolução constitucionalista iniciada em 32, além do comecinho da segunda guerra na qual também tivemos nossa participação, fazendo a história se tornar ainda mais importante por seus elementos históricos. Como admirador da obra desde a infância encontrei alguns pontos que não me pareceram pertinentes nessa nova adaptação que aqui citarei, mas já ciente que talvez não pudesse ser diferente, levando em conta que, se imaginássemos a carga dramática que a versão de 94 teve, a novela se adequaria mais à faixa das nove, não das seis, onde as novelas da Globo tendem a ser mais amenas e divertidas. No caso, sendo a Globo essa fábrica que é, seria apenas ´´mais uma`` novela, enquanto no SBT foi ´´A`` novela.

Antes de mais nada, devemos lembrar que o problema não são os atores. Ao menos os atores principais. Glória Pires e Antonio Calloni sustentam bem o que deveria ser o núcleo principal. Enquanto tem uns bons, mais ou menos, tem outros bem péssimos, mas sem dúvida nenhuma o pior de todos é Kiko Mascarenhas, cujo núcleo familiar teve sua importância consideravelmente reduzida nessa nova trama. Cássio Gabus Mendes está muito bem em seu papel, assim como seu núcleo, algumas mudanças foram bem vindas e ajustadas com competência, mas no que deveria ser o núcleo principal, o que dá nome à trama, muito se tem a desejar. Os atores que fazem as crianças foram muito mal escolhidos, não conseguimos enxergar nenhum talento promissor como Caio Blat mostrava ser em sua época. O SBT desde sempre teve a tradição de exibir novelas infantis, talvez por isso investissem tanto no elenco infantil, dando papéis de destaque, boa direção e excelente trabalho de atores às crianças, deixando a novela atraente para todos os públicos. Nessa nova versão o elenco infantil é deixado em segundo plano, fica difícil torcer por eles em sua segunda fase, já adultos, se não tivemos a menor identificação por eles. O destaque mesmo, em sua versão televisiva, ficaria por conta do personagem Alfredo, filho rebelde e problemático do casal principal. Wagner Santisteban conseguiu fazer um típico garoto problemático, quase vilão, diferente da versão atual, que chegou atrasado, em uma época onde o politicamente correto não permite grosserias e mal criações desmedidas na televisão, por mais que esteja presente em grande parte das famílias atuais, a começar pelo olhar sereno do ator mirim que mais lembra o personagem Frodo, de O senhor dos Anéis, diferente da mágoa contida que devia expressar. Tudo acabava em arrependimento, culpa e conciliações, e dentro de um curto período de tempo, sendo que na vida real tudo provavelmente seria diferente. As cenas das crianças brincando na rua, as bagunças, ou são mal dirigidas ou foram totalmente podadas, não dando espaço para se retratar a infância dos quatro meninos com as outras crianças. Lembrando também que nessa versão as crianças são maiores, o menino caçula já tem uns onze anos, quando na versão anterior não devia ter mais de oito. Mas, respeitando o livro, Isabel é de fato a mais nova de todos, e para não ficar só nas reclamações, a atriz que faz a Isabel, Maju Lima, é uma graça e a melhor estrela mirim até então.

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Contudo, o problema fica mais por conta de sua direção e roteiro. Os demais personagens cumprem bem seu papel, com destaque a Eduardo Sterblitch em sua primeira participação em novelas. E a novela tem seus pontos altos, como boa direção de arte, figurino e fotografia, como a rede Globo bem sabe fazer, assim como uma trilha sonora muito bem escolhida e o ´´fan service`` da participação de Othon Bastos, o seu Júlio da versão anterior, como o padre Venâncio. Mesmo assim, ela funciona mais para quem não conhece ou não lembra direito da versão de 94, onde era tudo era bem mais mexicano e de direção caprichada. Agora, tudo é mais dinâmico, com cenas fáceis de serem esquecidas, sem a profundidade, sem a densidade, que um certo seu Júlio encarava a família e seus problemas no trabalho, seus ralhos com a prole e discussões com a esposa, dessa vez mais firme e menos submissa que outrora. Mesmo assistindo com toda boa vontade, as cenas que me deixaram frustrado por não terem sido devidamente aproveitadas não foram poucas, poderiam ser mais trabalhadas para serem inesquecíveis, e isso independente da idade da pessoa que assiste. Fica bem mais fácil comprar a versão anterior como a mais condizente com a realidade de uma família grande. O que vemos agora é tudo bem plastificado e artificial.

A novela já vai para a segunda fase e ainda não encontrei nada que justificasse eu estar assistindo além de puro nostalgismo. Continuarei dando uma chance, vai que de repente sou surpreendido por algum ponto diferente não abordado na última versão, ou questões a voltarem a ser discutidas em outra época além daquela, com outro olhar, outra perspectiva. De qualquer maneira, gostando ou não, a novela vem conquistando uma audiência boa, e na verdade isso é o que realmente importa para a Rede Globo de televisão.

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

O QUE TORNA UM FILME ADULTO?

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Até hoje não consigo entender quando falam que determinado filme de super herói ou personagem oriundo de quadrinhos e animações, é feito para o público adulto. Nós adultos também gostamos de super heróis, mas é difícil não concordar que esse gosto adquirimos ainda na infância, assistindo as animações, ganhando seus brinquedos e mais tarde, conhecendo ou não, suas histórias em quadrinhos. Além do mais, me pergunto o que de fato torna um herói ou qualquer personagem fictício ´´coisa de adulto``. Suas histórias bem elaboradas, cenas de violência, drogas, linguajar inapropriado, clima sombrio e muito sexo? Bem, em minha opinião é exatamente isso que infantiliza a produção. 

Vamos lá, basta pensarmos em nossa própria vida. Conforme envelhecemos, passamos a levá-la de um jeito mais, digamos, ameno, nos tornamos mais tolerantes, deixamos de levar as coisas a ferro e fogo, aprendemos a valorizar a paz e as pequenas coisas. Se você me pega, por exemplo, um desses filmes da DC atuais, com um Bat-Man ´´emo``, dark e depressivo, vou achar das duas uma, ou ele precisava de tratamento psicológico urgentemente ou ainda não atravessou a adolescência. Em Liga da Justiça, que muita gente reclamou, encontrei um Bat-Man que devia ser, uma pessoa melhor, mais alegre, de ar jovial, talvez por ter conhecido o ´´amor`` ao lado da Mulher Maravilha, aquele tesãozinho juvenil que deixa tudo mais colorido e tanto contribui para nossa maturidade. Aliás, o filme todo estava nessa pegada, pena que ninguém soube reconhecer seu devido valor. E parece que até agora ninguém sabe o rumo exato das produções que a Warner pretende tomar.

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Do outro lado temos a UCM, e paradoxalmente as produções mais tidas como ´´adultas`` são os filmes do Deadpool. Sinceramente, o personagem mais infantil de todo universo Marvel, mas isso não quer dizer que seja ruim. Se pegarmos novamente os exemplos de nossa própria vida, encontramos no longo caminho de nossa estrada pessoas infantis, imaturas, e talvez nós mesmo sejamos tal pessoa, e nos filmes essa questão não pode ser jogada fora e sim aproveitada, afinal, o alívio cômico é um ingrediente importante. E exatamente como uma pessoa imatura qualquer, Wade é desbocado, vive fazendo piadas, cheio de gracinha e um tanto ´´pervertido`` sexualmente, lembrando um adolescente. Quando adultos somos mais centrados, deixamos de lado certos instintos básicos de nossa natureza para se adequar na sociedade, pelo menos nos momentos em que estamos fora de casa. 

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O que acredito é que um bom filme de ficção/ fantasia deve ser interessante tanto para crianças como para adultos, abrindo bem seu leque de público. Precisa sim ter um roteiro bom, coeso, seguindo o bom senso, equilibrado com cenas de ação que todo mundo gosta independente de qualquer coisa. Bons cineastas sabem fazer isso. Enxugando o desnecessário, com maturidade e sabedoria, deixando apenas o que as pessoas querem ver. Me pergunto, ainda, se teoricamente cenas de violência se enquadram na classificação adulta, mas imagino que não. Filme de super herói sem violência não combina, se tomarmos como base os quadrinhos e as boas animação de até a primeira metade dos anos 90, pelo menos. Se não for algo como banhos de sangue, o que também acho que infantiliza o filme, é a citada questão de tirar o que é de mais, sem precisar tentar ´´chocar`` ou ``causar`` como num desespero de uma criança para chamar a atenção.

Torço para que o filme do Coringa não seja mutilado a tal ponto que descaracterize o personagem. Quem o conhece desde sempre de outras mídias está preparado para o que virá e torce para que realmente seja o mesmo personagem de sempre, longe da demagogia de certos grupos para ´´castrar`` o personagem. Talvez o filme esteja sendo lançado em uma época errada, quem sabe. 

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

RAMBO: A FORÇA DA LIBERDADE - Viva as animações dos anos 80

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Sem dúvida os desenhos antigos são melhores que os atuais, e isso não tem nada a ver com o fato de já estarmos bem velhinhos e perdendo o interesse pela coisa. É só assistir novamente, dessa vez com olhar mais crítico, os clássicos das animações dos anos 80, 90, e, dependendo, indo mais longe ainda, para percebermos o quanto as histórias, as técnicas de animação, os personagens e os roteiros são ricos. Hoje em dia, as produções todas feitas em computação gráfica, vetor, técnicas em 3D e de custo bem mais baixo, podem até ter a chance de serem produzidas em maior quantidade e de poder arriscar, mas no geral acabam sendo direcionadas em sua maioria para um público mais infantil, pastiche do pastiche, sem criatividade e sem coragem de ousar. E ainda temos aí o politicamente correto, tudo precisa ser bem fofinho e educativo, é outra geração, mais sensível e menos corajosa. E foi com imensa saudade dos desenhos antigos, desses que não se importavam em mostrar para os meninos como um macho de verdade deve se comportar e enfrentar seus problemas, que passei a rever a série animada do Rambo produzida em 86 e exibida aqui no Xou da Xuxa, ainda no finzinho dos anos 80. Já pensava em matar a saudade do clássico há um certo tempo, mas só agora, com a perspectiva de um novo filme do Rambo depois de tanto tempo que desencanamos do personagem, que me bateu enfim a iniciativa de garimpar esses episódios pela Internet afora, e o que posso dizer agora não é diferente do que já imaginava; é um desenho muito bom! Aliás, bom não, excelente, como poucos foram feitos. Do meu tempo de criança, embora lembre da animação, das festinhas de aniversário com o tema dos personagens, das brincadeiras da escola e de alguns brinquedos da coleção que vim a ter, pouca coisa me lembrava da série animada, mas também pudera, eu era muito pequeno quando o desenho estava no auge. Mas o roteiro, para uma criança, é trabalhado a tal ponto que acaba mesmo sendo mais sugestivo à uma audiência mais velha, como era costume das animações dos anos 80. Os pequenos se contentavam com as cenas de ação, que não eram poucas, como tiroteio, explosões, sequencias de perseguição de automóveis e aeronaves, inclusive muita briga e violência. Hoje em dia com certeza o desenho seria inviabilizado a se destinar ao público infantil, e por isso a animação se torna tão interessante para mim. Sem esquecer a trilha sonora, que é belíssima e emocionante.
A animação é bem fiel aos filmes que fizeram bastante sucesso na época, estando em sua primeira sequencia até aquele momento. O personagem principal podemos dizer que é a versão em desenho do próprio Stallone na pele do ex-boina verde, e na história podemos encontrar outros personagens que integraram os filmes, como o Coronel Trautman. Claro que tem alguns outros acrescentados para enriquecer o universo da história, alguns bem fantasiosos, outros amigos, aliados, e equipe de vilões bastante criativa, mas mesmo assim está de acordo com o que podia se esperar de histórias envolvendo militares, guerras e espionagem. Talvez Rambo: A Força da Liberdade fique pau a pau no quesito ´´melhor desenho de soldado dos anos 80`` com G.I Joe. Nos Estados Unidos existem outras adaptações animadas de filmes que na verdade não têm muita coisa de tão infantis, mas grande parte ficou por lá, tivemos a sorte de poder ter contato com Rambo em uma adaptação bem fiel às origens e com personagens tão criativos que nos fazem passar a gostar tanto deles quanto do herói principal, uma grande sacada dos produtores.   
Teve apenas uma temporada e poucos episódios para que pudesse considerar a série animada um sucesso, mas até hoje é lembrada por muitos que viveram os anos 80 e por isso é fácil de encontrar episódios em sites de compartilhamento de vídeo. De fato, é uma série bem difícil de ser esquecida. Ainda estou no sexto episódio, e torço para que consiga encontrar todos e acompanhar até o final. Muito obrigado a quem postou!

terça-feira, 6 de agosto de 2019

HOLY GUACAMOLE! - ÁUDIO ORIGINAL DAS TARTARUGAS NINJA




Dando uma boa garimpada pela internet afora descobri o quanto é difícil encontrar a série clássica completa de As Tartarugas Ninja, tudo que consegui foram apenas 22 episódios dublados, mesmo assim o suficiente para acompanhar novamente as aventuras e ficar satisfeito.  Mas por sorte, depois de algum tempo, encontrei outro site de desenhos antigos que disponibiliza 80 episódios com áudio original e legendado por fans, embora em português lusitano, mas nada que atrapalhe nossa compreensão. Eu nem sabia que a série teve tantos episódios e olha que nem foi disponibilizada completa, pois o site disponibiliza até a quarta temporada e segundo ele vai até a décima, e que podemos encontrar os episódios sem legendas dentro do próprio site, se bem que tentei encontrar só por curiosidade mesmo, mas não encontrei, esses episódios se perderam num bug do próprio servidor, mas quem disse que fez falta? Esses episódios todos que podemos assistir é mais do que um presente especial, e o melhor mesmo fica por conta do áudio ser original, nunca vi as Tartarugas falando em seu próprio idioma, acompanhar as histórias foi como redescobrir o seriado. É claro que a dublagem brasileira era ótima, deu a cada uma das Tartarugas uma característica peculiar, como uma marca registrada delas. Quando crianças vivíamos querendo imitá-las, as vozes, os bordões, o vício de linguagem, e se na época imaginássemos que a voz delas pudesse ser diferente, com certeza rejeitaríamos, acreditando que desse jeito pudesse desconstruir os personagens. Já adultos, mais abertos e entendendo a natureza da coisa, podemos assistir sem se preocupar com o choque inicial do estranhamento, afinal, tanto tempo se passou. O resultado? Bom, como disse antes, foi uma boa experiência, inclusive satisfatória. Não poderia passar mais tempo sem ver essa ´´novidade`` nessa animação tão querida da infância, sem essa curiosidade, principalmente em se tratando dos quatro heróis. As vozes muito pouco, ou quase nada lembram a da dublagem dos anos 80/ 90. Eu inclusive tive dificuldade em entender quando cada um deles falava, em determinados pontos. Leonardo não tem aquela voz irritante, todas as demais vozes são normais, nada fanhosa, nada anasalada, e a que me chamou mais atenção foi a do Michelangelo. Sempre o imaginei um personagem fofinho, bem nerd, e os bordões que costumava usar, como ´´Santa Tartaruga``, foram na verdade adaptações brasileiras para ´´Holy Guacamole`` e coisas do gênero. Meio sem sentido, mas o personagem era o mais sem noção mesmo. Também me amarrava com a maneira pela qual se referia aos outros personagens por ´´dude``. Sua voz não é tão, por assim dizer, meiguinha, achei seu sotaque parecido com o de um homem chucro de filmes de cowboy, mas eu gostei assim. As piadas todas lá, o mesmo espírito da coisa. Sempre que assisto a episódios com áudio original, tenho a impressão de que o desenho soa menos infantilizado, mas talvez seja mesmo impressão. As dublagens brasileiras nas animações são realmente boas, mas assistir ao áudio original quando assim tiver oportunidade, me parece ser uma excelente opção. É uma maneira de descobrir uma faceta oculta da animação que curtia, é um mimo que todo fan merece. Sem contar que, se tem gente que reclama de falta de disponibilização de episódios dublados, sendo que foi um abençoado só pelo privilégio de poder ver sua animação tão querida novamente, editada, legendada, tudo bonitinho, inclusive episódios que não passaram no Brasil, merece ficar só com as animações atuais que passam na televisão mesmo, pois mal agradecimento pouco é bobagem. Além do mais, essa é uma maneira de reciclar o que já nos era estimado, graças à nossa amiga de sempre internet. A internet é um universo que, entre outras coisas, nos oferece experiências e informações que não teríamos em outra época.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

O REI LEÃO E A TÃO CRITICADA EXPRESSÃO FACIAL

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O remake de O Rei Leão se saiu a melhor versão ´´live action`` (na verdade, também uma animação, embora mais realista) da Disney já feita até então, chegando inclusive a compensar o fiasco de Dumbo em se tratando de filmes com bichinhos cutis. Do início ao fim é tudo bem fiel à versão original de 1994, mas não é dinheiro jogado fora, pois nos apresenta uma nova ótica dos mesmos personagens, jamais imaginávamos os personagens tão fofinhos assim, assistir no cinema foi praticamente uma redescoberta do clássico. A próxima adaptação da Disney vai ser Mulan, mas não estou nada empolgado, o que eu queria ver era Bambi, ou quem sabe até mesmo O Corcunda de Notre Dame. Mas o interessante é saber que as versões atuais estão atingindo a todo tipo de público, homens, mulheres e crianças, embora talvez as crianças de hoje já não se emocionem como as que éramos ao assistir a versão de 94. Mesmo assim tem uns chatos que reclamaram do realismo do filme, desejando que os personagens fizessem caras e bocas com feições cartunescas. Realmente tem pessoas que não ficam satisfeitas com nada. E o que dizer para elas então?



Bom, a reclamação mais recorrente é que os personagens ficaram tão realistas, que botá-los falando soou um tanto quanto artificial, já que suas expressões e os movimentos da boca não acompanhavam as emoções que eram exigidas no que estava sendo dito. E que ficava lembrando uma dublagem tosca feita para um meme de bichos, desses que a gente encontra pelo Facebook. Outros diziam que o que buscavam na verdade era assistir a uma boa fábula, uma animação genuína da Disney, e não alguma coisa que lembre um programa que passa no Animal Planet (o que também é bem fofo por sinal). Mas os Zé Ruelas não entenderam que a proposta do filme é exatamente essa. O próprio diretor Jon Favreau dizia que o objetivo era se distanciar do realismo nada convincente da adaptação com atores de Mogli: o Menino Lobo, e que, afinal de contas, é tudo fantasia, pois O Rei Leão está longe de representar a realidade dos animais da savana. Vamos deixar os animais se comunicarem do jeito que mais lhe é pertinente. Quer um exemplo de falta de expressividade e de emoção facial em dublagens? Assista ao comercial da FIAT acima, esse sim bem perdidinho no vale da estranheza. 

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Ainda quer falar sobre falta de expressividade em momentos marcantes? Quando eu era criança lembro de ter achado o casal de dálmatas de 101 Dálmatas igualmente inexpressivos, principalmente na cena do rapto dos filhotes, onde imaginava-se que entrariam em desespero. Mas os dois cachorros permaneciam com a mesma cara despreocupada e fofinha. Bem, mas aí devemos saber que os animais eram de verdade, seria difícil provocar-lhes alterações em suas expressões, e não existe até hoje aulas de atuação para animais. Eles só precisavam ser bem adestrados, fofinhos, e mais nada. O filme andaria pelas próprias pernas se a mensagem simplesmente fosse entregue. O que os espectadores reclamões não perceberam é que a nova versão de O Rei Leão só não foi filmada com animais de verdade porque desse modo a produção seria enviável. O que importa é que tudo ficou bem encantador e próximo do real, como torcíamos para que ficasse, pois de animação mesmo a de 94 já bastava. Os que não gostaram que vão atrás das sequências, do segundo e do terceiro filme, que imagino que nem sabiam que existiam. As crianças e os adultos que já curtiram o original, sem dúvida não encontraram razão para reclamar, só mesmo os espectadores Nutella por aí. 

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Muito além do último capítulo (reflexão)


Dizem que a vida imita a arte. Acredito que seja verdade. Em se tratando de artes narrativas, é necessário que haja o mínimo de verossimilhança para nos envolver e criar uma forte conexão entre obra e espectador. Portanto, é de se imaginar que a arte primeiro imita a vida, a seu modo, para que mais tarde possamos nos espelhar nela. Só que tudo que existe tem um final, tudo que começa termina, bem como a vida de todos nós, e mentes criativas podem optar por um final feliz ou não. É de se esperar o final feliz dos romances, porém, se o final não for feliz, dá-se a um pressão de que a obra não terminou, não teve final, e que um desfecho satisfatório pode ser aguardado mais tarde.  Essa seria então a dívida do autor para com seu público. Talvez um belo romance dramático amarre as pontas soltas, e com toda sua licença poética nos faça aceitar o desfecho proposto por mais doloroso que possa ser, mas sem esquecer de nos deixar uma boa lição a aprender. Mas, se analisarmos tecnicamente, nada, nem mesmo os romances, tem um final verdadeiro. Nossa vida mesmo, em constante metamorfose, não nos oferece um final feliz nem mesmo em nossa morte, pois nossa existência deixa consequências para o futuro, seja no seio familiar, seja para a sociedade. E afinal de contas, a morte não é nada feliz. No final de um filme, por exemplo, onde os protagonistas resolvem seus problemas, casam, tem filhos, enriquecem, etc, é consenso geral que o final foi feliz. Mas esse seria apenas um pequeno recorte de uma parte da vida desses heróis/personagens. A história termina, mas sua vida continua, e se olharmos por detrás dos panos temos todos os problemas que uma família teria, como brigas, separação, problemas conjugais, problemas com filhos, com dinheiro, e mais uma infinidade de questões a se seguir. Não é de se rejeitar totalmente a ideia de que o casal unido no final possa se separar mais tarde depois que a cortina do espetáculo já abaixou. Coisas que alguém possa achar que não existe ou não interessa, pois o filme acabou, o recorte da vida dos personagens que interessava não existe mais, e o mais racional a se pensar, esses personagens nunca existiram, faziam parte de uma obra de ficção de um artista. Ok, é verdade. Mas o que estou querendo dizer com isso tudo? É que, se na ficção tudo parece perfeito depois do último capítulo ou no final de um filme, na vida real, por mais que queiramos ter uma vida parecida, está longe de ficar igual. Pois não é oferecida à vida real os benefícios de um desfecho satisfatório, já que vivemos em constante transformação. Nossa vida estaria mais próxima de, digamos assim, sequencias infindáveis de obras de sucesso que se recicla a cada época.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Homem Aranha longe de casa – Crítica


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O segundo filme desse novo Homem Aranha pode não ter sido tão feio assim, mas em minha humilde opinião ainda não foi dessa vez que pudemos assistir a um bom filme do herói. O posto de melhor aranha para mim continua ocupado por Tobey Maguire, que está para o amigão da vizinha assim como Cristopher Reeve sempre esteve para o Super Man.  Tom Holland só se sai melhor que Andrew Garfield, que muito pouco tem a ver com o Peter, e por falar nisso é importante lembrar que o problema é com o roteiro, pois realmente gostei do novo ator. Esquecendo De Volta ao Lar e todas as participações do herói em outros filmes, incluindo os eventos ocorridos em Vingadores Ultimato, ainda é difícil reconhecer características marcantes do herói que tanta diferença faz, a imagem de tio Ben sequer é lembrada, sendo que sua morte e sua mensagem ´´Grandes poderes trazem grandes responsabilidades`` foram de fundamental importância para seu surgimento. Tia May também rejuvenesce a cada filme, tudo bem que não precisa ser uma velhinha tradicional em se tratando de dias modernos como os atuais, pode agora se tornar uma senhorinha tipo Suzana Vieira ou mesmo uma Regina Duarte, como a de Espetacular Homem Aranha mais parecia, mas uma mulher enxuta e, por que não, bem gostosa como a mais recente, desconstrói a imagem de tiazinha frágil e indefesa que inspira cuidados. Tanto que, se esquecermos o filme anterior, é difícil reconhecê-la no trailer. Uma mulher tão inteira como essa não lamentaria a viuvez por muito tempo, talvez por isso a importância da mitologia do personagem foi chutada para escanteio sem piedade, logo a tia do Parker arranja outro marido, e Happy já até se candidatou ao posto. Isso me faz entender que tio Ben foi desde o início substituído por outra figura messiânica, Tony Stark, onde começa os problemas de verdade para o roteiro. Se estávamos acostumados com a trajetória do herói solitário, esse Aranha da MCU é apenas mais um, tanto que o próprio sabe disso, e talvez por isso essa tal frase de ... grandes responsabilidades`` perca um pouco de sentido. Ao ser procurado por Nick Fury ele o indaga com ´´Porque eu? Temos aí a Capitã Marvel, Thor, Capitão América...`` Mas o filme é dele, então talvez seja a chance dele brilhar. Sozinho, sozinho, ele realmente não vai ficar nunca mais. Agora tem em mãos equipamentos herdados da indústria Stark e da S.H.I.E.L.D que tornam seus poderes quase insignificantes para o combate ao crime. Mas enfim, esse é o Aranha da MCU, essa estranheza toda pode ser abraçada ou não, mas é certo que talvez seja difícil se acostumar. Enquanto assim for, nunca veremos Peter em volta de problemas normais como dificuldade em pagar aluguel e tentativas mirabolantes de manter sua identidade secreta, pois esse Peter tem tudo, é um garoto normal com pouco senso de responsabilidade, menos sofredor, e quem sabe por isso se torne mais imaturo. Tudo bem que esse seja o Peter mais jovem dos cinemas, mas desde já sua identidade secreta deixa de ser um problema a se preocupar (nos filmes atuais de heróis, questões de identidade secreta estão cada vez mais deixadas de lado), não tem mais dificuldades com garotas por ´´ser o Amigão da Vizinhança``, e ser inclusive cobrado pela tia May a vestir o manto de herói e a sair por aí, combatendo o crime, inclusive o ajudando a desenvolver novas habilidades.
Mas devemos reconhecer que é melhor que o filme anterior. Mystério é um vilão bem menos descartável que o Abutre, dá um gancho para aventuras seguintes. A história tem momentos interessantes, um exemplo a se destacar é quando Peter, com tantos equipamentos em mãos, na hora de desenvolver seu traje imaginávamos que sairia dali um traje hiper moderno com todas as traquitanas que teria direito, tal como um novo homem de ferro mesmo. Mas não, o garoto criou apenas um uniforme normal de Homem Aranha, daqueles que estamos acostumados a ver. Isso mostra que, apesar de tudo, o herói tem personalidade própria. A vontade de darmos mais uma chance ao herói é tanta, que passamos a acreditar que no filme seguinte tudo vai melhorar. O final e as cenas pós-crédito nos dão essa esperança. Vamos torcer para vermos daqui para frente um Peter mais trabalhador, menos moleque, passando a tirar fotos por aí, mesmo que não seja para o Clarim, como já ficou difícil imaginar. E a presença de Harry Osborn e Duende Verde, não necessariamente nessa ordem.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Mickey Rogers - personagem que ninguém liga de um jogo de luta



Todos nós temos nossos personagens preferidos em jogos de luta, nem sempre o mais forte e o mais poderoso, mas o mais carismático, que por uma razão qualquer vivemos insistindo em escolher para uma partida. Tem tantos jogos de luta que fica praticamente impossível lembrar de todos personagens que jogamos, mas um em especial que até hoje me lembro bem e o acho interessante apesar de ninguém mais saber que existe é Mickey Rogers, pugilista do jogo Art of Fighting, não muito prestigiado e considerado por muitos como jogo fraco, mas eu tinha na infância e amava jogar aquilo.
Mickey Rogers a princípio para mim parecia um personagem dos desenhos da Hanna Barbera, e seus golpes se resumiam a socos e uma magia doida dada com um upercute, mas essa limitação se reduzia ao fato de que ele era boxeador. Se parecia um personagem simples, obscuro, nada bonito, eu o considerava uma opção alternativa de personagens carismáticos como o Sagat, de SF II, por exemplo. Sempre gostei de genéricos. Os lutadores de Art of Fighting, aliás, são de uma personalidade impressionante, uma versão menos gourmetizada de personagens de jogos de luta por aí, eu diria até que eles eram ´´gente como a gente``, usavam roupas normais e não me pareciam bonitos. No primeiro Art of Fighting só era possível jogar com ele no modo ´´para brincar``,onde escolhia o personagem que você queria jogar e seu opositor, para mudar tudo na partida seguinte. Você até podia zerar, mas não tinha final, só se você jogasse no modo normal (history mode) mesmo. 


No segundo Art of Fighting você já podia jogar com todos linearmente e assistir o final de cada um, como qualquer jogo de luta normal da época. Mickey Rogers estava lá em uma versão diferente, mudou o cabelo, as roupas, a cara, enfim, parecia outro personagem. Mas os golpes continuavam parecidos, e estava mais evidente que ele era um pugilista, não mais um pé-de-chinelo das ruas. Mas ele não apareceu mais em nenhuma outra sequencia e em nenhum outro jogo de luta, como um King of Fighters da vida, onde misturavam personagens de Fatal Fury com de Art of Fighting. Bom, ao menos não que eu saiba. Mas com toda sinceridade do mundo, hoje não acho que o personagem seja tão interessante a esse ponto. Minha predileção por Mickey Rogers foi apenas um interesse pela mitologia e criação de personagens obscuros de  criatividade ímpar que eu aprendi a ter desde pequeno. 




História: Sim, os desenvolvedores do game pensaram em uma história bonitinha para ele, veja só o capricho; Mickey tinha o sonho de ser um lutador de boxe desde pequeno, e na adolescência teve a chance de realizar esse sonho. Porém, seu caráter violento o fez pegar pesado numa luta e levar à morte seu oponente. Expulso dos circuitos de luta, sua revolta o levou a se tornar um encrenqueiro das ruas, onde sempre desafiava oponentes que considerava forte o suficiente para o fazer reviver suas lutas de ringue. Chegou a ser convidado a participar da gangue de Mr Big, e com isso sua participação em Art of Fighting, como um dos vilões. Mais tarde, depois de cumprir pena e regenerado, volta a praticar boxe profissionalmente e assim leva uma vida melhor dali por diante.

quarta-feira, 5 de junho de 2019

ACHEI QUE IA FICAR MAIS DESAPONTADO

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Com os trailers que assistimos de divulgação do novo filme do Aladdin, pensei que ao conferir o gênio teria a mesma sensação da Cheetah no comercial da Charal, ao deixar sua presa escapar. Pude conferir e o alívio foi grande ao ver que não era nada disso que pintavam. O gênio é sim bem feito, fiel à animação da Disney, e mesmo com certas doses de realidade o ator não faz feio e tudo é muito bem adaptado, afinal, é Will Smith quem comanda as cenas. Não só o gênio, como todo o filme é fiel à clássica animação. Me fez lembrar bastante as produções Bollywoodianas com todas aquelas cores, vestimentas, danças e as canções, todas elas iguaizinhas às que estávamos acostumados, com exceção de uma pequena mudança aqui e ali e o acréscimo de outras músicas, o que para mim nem atrapalhou e nem colaborou. Só não gostei daquele Jaffar nada ameaçador e daquele Iago sem graça, que merecia destaque maior. Fora isso, a Disney caprichou na fidelidade da adaptação e entregou um bom filme para todas as idades, super recomendado. Quem disse que inventar coisas novas e diferentes seria bom para história e personagens que amamos há tanto tempo?

sábado, 25 de maio de 2019

Exemplos inversos que a ficção nos ensina




A ficção, tal como na vida real, nem sempre é feita de bons exemplos. Mas podemos aprender inclusive com os exemplos maus, que acabam nos dando lições do que não deve ser feito, ou seja, os considerados ´´exemplos a não seguir``. E de repente é até melhor nos depararmos com esses exemplos o quanto antes, do contrário, se não tivéssemos conhecimento deles, poderíamos estar cometendo deliberadamente esses erros por aí, sem ninguém nos avisar de que é certo ou não, e assim temos a chance de nos corrigirmos a tempo de evitar algumas injustiças.

Um desses exemplos que aprendi na ficção é que os vilões não tem amigos. Sim, é verdade, os bandidos dos filmes e de toda forma de dramaturgia é solitário, individualista, não tem apego com ninguém, seja com a família ou com pessoas próximas. E é exatamente por esse caráter frio e antissocial que ele é considerado um cara ´´do mal``. É claro que nem sempre o vilão age sozinho, na maioria das vezes ele é pertencente de uma equipe, de um ´´império do mal``, mas engana-se aquele que acha que entre seus colegas do time de vilões existe a mesma sinergia que a equipe do time dos heróis. Não há companheirismo, apatia, espírito de equipe e muito menos o ideal ´´Um por todos e todos por um``. Os vilões se juntam porque têm um interesse em comum, a destruição dos mocinhos ou o domínio de alguma coisa, e isso pode ser inclusive mediante ameaças e chantagens. Provavelmente eles se divergem quanto à liderança, o líder é respeitado por ser o mais forte, e na primeira chance que um tiver de puxar o tapete do outro, mesmo que isso possa prejudicar gravemente ou mesmo custar a vida de seu colega, ele não exitará em fazê-lo, pois para o vilão o que importa é ele mesmo, sua conquista pessoal, todos os méritos para si e a sensação de todo poder conquistado. 

Os mocinhos também podem brigar entre eles, passarem por conflitos internos pessoais, mas no final prevalece a lição de amizade, trabalho em equipe e todos aprendem a aceitar as diferenças um do outro, a importância do convívio social e a descoberta de que a união vale a pena. 

E esse exemplo podemos levar para a vida real. A TV, o cinema e a literatura já nos mostra que a falta de união, o individualismo e o egoísmo são características próprias de personagens negativos, que sempre perdem no final. Para se prosperar é preciso união, tolerância, empatia e espírito de equipe. As pessoas não podem ser uma ilha, nenhum herói começa sozinho e termina sozinho. As conquistas precisam ser compartilhadas. 

quinta-feira, 16 de maio de 2019

QUANTOS AUTOBOTS EXISTEM?


Lembro de ter visto em uma novela um homem sendo preso numa solitária, e para matar o tempo e não enlouquecer mantinha a mente ocupada se recordando dos nomes de jogadores de seu time  de um ano específico. Recentemente, nos meus dias pós operatórios de uma cirurgia de hérnia inguinal me vi em uma situação parecida, tentando ocupar minha mente enquanto meu corpo precisava de repouso absoluto, sem ter nada para fazer depois de ter lido e relido tudo que tinha separado e com o celular carregando em uma tomada longe da cama. Mas como não sei nada de esportes e não tenho interesse por futebol, tentei uma coisa diferente, levando em conta o fato de me considerar um nerd e apreciador de cultura popular. Decidi então recordar os nomes de todos os Autobots que eu conhecia, lembrando ter revisto a animação clássica dos Transformers (Transformers G1) e os filmes recentemente. Com certeza a animação teve muitos personagens, alguns figuras recorrentes, outros apareciam do nada, outros desapareciam no decorrer da série, alguns foram criados apenas para vender brinquedo e outros simplesmente reapareciam depois de muitos episódios desaparecidos. Não me esforcei para lembrar dos Decepticons, a série tinha bem menos vilões do que heróis, mas os principais não eram menos interessantes, por isso fiz questão de recordar de um ou outro. Só sei que vou tentar reproduzir aqui os nomes e as características deles, do jeitinho que me lembrava, e se minha memória for boa a Internet vai me dizer logo na rápida pesquisa que farei depois dessa postagem. Nada melhor do que exercitar a higiene mental, não é mesmo? Claro que não vou acrescentar Optimus Prime e Bubble Bee nesse exercício de memória por achar que estaria sendo cara de pau.



Os Autobots que conseguia me lembrar fazer parte desde o início da série são: Clifjumper e Ironhide que eu vivia me confundindo sem saber qual era qual, pois ambos são vermelhos, mas creio que Ironhide é bem maior. Inclusive, tecnicamente Ironhide é mais importante, pois participou dos filmes do Michael Bay, sendo um exímio conhecedor de artilhria pesada, embora sua cor não tivesse sido respeitada, sendo retratado pela cor prateada. Round, um robô de personalidade, carismático, de cor verde (um jipe, acho), que também participou dos filmes, mas o que me incomodou foi ter sido retratado como um barbudo fumante. Brown, que era parecido fisicamente com o Mentor do He-Man, WillJack,o nerd, gênio, cientista, que infelizmente não foi aproveitado nos filmes do Michael Bay, Ratched, o médico, que em sua forma de veículo sugestivamente era uma ambulância, que apareceu no filme, porém de cor amarela escura, Mirage e Gears (que eu jurava ter um boneco dele, porém era um pirata de uma animação semelhante). Com o passar dos episódios foram aparecendo: Jazz, que imagino ser uma viatura policial, e que tem esse nome porque vive reproduzindo músicas do som do veículo. Apareceu no primeiro filme e foi a primeira baixa que os Autobots tiveram em batalhas terrenas contra os Decepticons. Alerta Vermelho, Inferno, que em sua forma automobilística é um carro de bombeiro, um que não me lembro o nome, mas que se transforma em uma escavadeira e que lembro vagamente de ter um boneco dele quando muito pequeno, Blaster, que também reproduz sons, mas ao contrário dos outros Autobots, não se transforma em veículo, e sim em um aparelho de som potente que toca rock pesado, Drax, um Autobot grandalhão que só perde em tamanho para Omega Supremo, talvez esse sendo o Transformer unitário mais complexo da série, Cosmos, que se converte em um disco voador, Power Glade, o único Autobot ´´com vontade`` de ser um Decepticon, que se converte em um avião/jato, Seaspray, que se converte em um submarino, outro Autobot diferente dos demais, e Perceptor, que se transforma em uma luneta/telescópio gigante. Não podia me esquecer do Teletran 1, super computador de inteligência artificial que passava todas as informações necessárias aos heróis em seu quartel general. E é tudo que consigo lembrar com relação aos heróis, tirando os aliados humanos Spike Witwicky (porque diabos será que tiveram que chamá-lo de Sam nos filmes?), seu pai que não lembro o nome, sua namoradinha Carly e um menino inteligente cadeirante. De aliados parecidos com eles tem os Dinobots, Transformers não oriundos de Cybertron e sim fabricados por WillJack e pelo pai de Spike, que também apareceram nos filmes de Michael Bay embora tardiamente. De nomes que consigo lembrar deles, era algo do tipo Grimlock, Slagh, Slug. Tem também os Aerobots, uma tentativa de aproximar os heróis dos poderes/habilidades dos vilões de se converterem em aviões, jatos e naves espaciais. Os Aerobots pelo que me lembro também não tiveram a mesma origem dos demais Transformers, eram mais jovens, mais rebeldes e inconsequentes, por isso viviam dando dor de cabeça, principalmente ao líder Optimus Prime. Lembro que também aparece uma namoradinha do líder Optimus e é contada toda uma história revelando sua origem. Sua namorada, inclusive, aparece em outro episódio com um visual diferente ao lado de outras amigas que compunham a equipe feminina dos Autobots, derretendo o coração dos rapazes.


Claro que não podia deixar de pensar nos Decepticons, mas na verdade os mais importantes eram Megatron e StarScreen mesmo, que viviam de rixa, um querendo superar o outro. Mas StarScreen para mim é o vilão mais interessante. Depois desses dois os que ganhavam destaque eram SoundWave, que se transformava em aparelho de som tal qual Blaster, e dentro dele vivia dois ´´mascotes`` Decepticons que serviam como espiões coletando informações importantes dos Autobots, Laserbick, uma espécie de passarinho, e Ravaji, uma espécie de tigre. Outros dois que eram bem parecidos com StarScreen era Thundercraker e Skywarp. Mais tarde apareceram outros dois que se convertiam em jatos, só que mais diferenciados, que apareciam episódio sim e episódio não, que não consigo lembrar os nomes, creio que alternavam sua participação com os outros dois já citados. Também é viva na minha memória a lembrança de um tal de Skyfire, que se convertia em uma nave gigante, que acabou ´´apadrinhado`` por Megatron embora não quisesse de fato fazer parte dos Decepticons, e sua participação foi tão pequena que, se apareceu em mais de um episódio, foi muito; um tal de ´´Rambo`` (acho) que não se transformava em nenhum veículo, e sua habilidade consistia em transformar seus braços em dois ´´socadores`` que causava terremoto no solo, Shockwave, que operava a ponte espacial que levava a Cybertron, pois apenas os Decepticons detinham os meios de operar essa tal ponte, e AstroTrem, que podia se transformar tanto em um trem quanto em uma astronave. Entre robôs aliados eles tinham os Constructicons (adoro aquele tom de verde) que juntos se convertem no grandioso robô Devastador, que também apareceu nos filmes, os Insepticons e os Acrobaticons, ´´tentativa`` Decepticon de emular os poderes/habilidades dos Autobots, já que eles também tinham os Aerobots. Mas se os Autobots eram ´´cidadões`` de bem que cumpriam a lei e a ordem, sua versão Decepticom não poderia ser tão íntegra assim, por isso os Acrobaticons pilotavam de maneira perigosa, usando e abusando de manobras malucas, sem respeito às regras de trânsito e limites de velocidade. Essas novas equipes podiam se fundir em um robô grandioso formando o seu próprio ´´Devastador``, e isso faz lembrar os seriados japoneses live-actions, até hoje acho interessante reproduzir isso num desenho animado, as crianças se amarram.



Bom, para mim essa é uma excelente animação até a terceira temporada, onde perdi o interesse. Não lembro de ter visto quando passava na televisão. Até cheguei a assistir os primeiros episódios, mas a história futurista distópica passada em 2005 (data longínqua para a época da animação), a atmosfera espacial, os novos personagens e o fato de praticamente todo o elenco original ter sido dizimado não me agradaram. O episódio que mais gostei foi quando ressurgiu Starscreen. Nem mesmo a volta do líder Optimus me empolgou. Entre a segunda temporada e a terceira é recomendado assistir ao longa animado de 1986 para poder entender o processo de transição em riqueza de detalhes. Apesar dos pesares, o longa animado é muito bom ao apresentar uma história tão dramática envolvendo os personagens principais bem diferente da que passava na televisão. Claro que a gente sabe que é tudo para vender brinquedo, mas... 
Quanto aos filmes vendo-os hoje quase simultaneamente com a animação, já não me parecem mais tão ruins quanto achei antes. O problema mesmo fica por conta de aparecerem mais os humanos que os próprios habitantes de Cybertron, já que no desenho havia uma guerra de Transformers no meio dos humanos, e nos filmes há uma guerra envolvendo humanos provocada por Decepticons. Não foi nem como retrataram os personagens e nem a computação gráfica que compunha os corpos de cada robô que desrespeitou a verdadeira essência da animação, nada disso. Mas fiquei sim, desejando aparecerem mais Autobots e Decepticons, nem que para isso precisassem ocupar o espaço desses humanos malditos. É nessas horas que entendo Megatron. Ah, e também não achei que todos os vilões devessem ter a tonalidade de cor mais escura e sem cor, quase todos prateados, para criar um aspecto dark que o distinguissem dos heróis. 
Sei que devo ter esquecido de citar alguns Autobots, mas sabe como é, tantos personagens...

terça-feira, 12 de março de 2019

Agente Cãofidencial - Gibi esquecido na década de 90



Tenho uma certa pena em lembrar de desenhistas de quadrinhos nacionais que tinham de tudo para ir para frente com publicações interessantes, mas por falta de nicho de mercado acabam tentando outra coisa. Tudo bem que os tempos são outros e hoje em dia não consumimos mais impressos como antes, mas pelo menos podia ter alguma coisa online que chamasse atenção, e-book, quadrinhos em PDF, para download, essas coisas, mas ninguém quer arriscar, afinal, tempo é dinheiro e nem todo mundo vive só de arte. Nesse sentido, os anos 90 tem muito a nos fazer recordar, essa que talvez seja a década de maior prestígio do mercado de quadrinhos brasileiros, mas também a que o encerrou de vez. Tivemos ótimos roteiristas, desenhistas, e um que especialmente lembro hoje é Marcelo Cassaro. Esbarrei com alguns de seus trabalhos em sua época de Abril Jovem, títulos como Zé Carioca e Heróis da TV, porém, só bem mais velho fui ligar o nome ao autor. Entre suas publicações tinha um título avulso de uma revista que me encantou do início ao fim, com personagens carismáticos, histórias originais e muitas páginas, tudo bem criativo que prometia uma longínqua série de sucesso. Contudo, não saiu do primeiro número. A revista em questão é Agente Cãofidencial, paródia declarada de 007 com personagens caninos que compunham uma equipe de super heróis. Além do protagonista James Hound consigo me lembrar do professor Hexo, um cão robô, Bronto, um cachorro que parece um dinossauro, um ninja, um soldado e um cachorro em seu formato mais animal com uma coleira tecnológica cheia de aparatos que a fazia lembrar o Bat-Cinto. Tinha também os vilões, a maioria bem atrapalhada, que mantinha seu rosto ocultado sob um capote. Era uma publicação voltada às crianças, mas os roteiros das histórias eram inteligentes e bem elaborados, cheios de citação a artistas e obras de renome da cultura pop, como Stan Lee e Pac-Man, clássico dos arcades oitentistas. Podemos dizer que Agente Cãofidencial é um projeto que carregava o DNA de Marcelo Cassaro, ele fazia o argumento e as artes, mas eu não saberia dizer com certeza se os personagens eram todas suas criações. De qualquer modo uma revista tão boa como aquela, que enchia de orgulho o mercado brasileiro de quadrinhos, foi tão pouco divulgada e hoje em dia quase ninguém lembra, e isso chega a doer um pouco. Acredito que ainda há tempo para se fazer uma sequencia, um spin off com os heróis, um relançamento que seja, uma publicação de luxo nas livrarias com a história dos personagens e de como nasceu o projeto. Insisto em dizer que os personagens e as histórias merecem ser conhecidos, a composição torna a publicação inesquecível para quem a conheceu, a fórmula funciona hoje em dia tão bem quanto nos anos 90, e acredito que não só para as crianças. É o tipo de revista que faz quem a conhecer ter a certeza que Marcelo Cassaro é um artista digno de respeito, e que merece toda a sorte do mundo para seus projetos, seja lá o que ele esteja fazendo nesse momento. 

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Ah, minha querida juventude!


Fico aqui me perguntando se alguém mais sabe que Trainspotting - Sem Limites teve uma sequencia em 2017, ou mesmo se alguém se interessaria em saber, pois a continuação levou mais de 20 anos para ser lançada. Mas é melhor assim, sendo uma sequencia direta, nada de remake ou prequel, fiel ao original, também de Danny Boyle. Lembro de quando assisti ao filme quando ainda era uma novidade, lá nos anos 90, por ter minha curiosidade despertada de tanto que ouvia falar por parte do público e crítica, quase sempre de maneira elogiosa. Ainda bem moleque me interessei pelo tema pesado e cheio de ´´maus exemplos para nunca se seguir``, o que acabava fazendo o filme ser empurrado para uma audiência mais jovem como os adolescentes da minha faixa, mas o filme me conquistava por ser divertido, um misto de comédia com humor negro, mais atraente do que se servisse apenas como utilidade pública, por mais que a realidade do protagonista Mark Renton e sua turma fosse bem diferente da nossa. E o filme continuou por anos e anos mantendo seu status de clássico cult, sempre atual, realista e dramático, tudo ao mesmo tempo, sem deixar de lado a comicidade e a empatia dos protagonistas. 
Em 2017, uma sequencia que ninguém mais esperava, foi lançada. Apenas os leitores dos romances de Irvine Welsh nos quais os filmes se baseiam, imaginavam que uma continuação poderia ser feita, sendo que o último livro, intitulado Porno, é de 2002 e só agora foi adaptado. O filme surgiu meio despercebido, apenas um ano depois tomei conhecimento, e com muita curiosidade e cheio de saudade dos personagens adictos, assisti com toda boa vontade, já imaginando reviver os momentos divertidos e pitorescos do original. O que posso dizer é que o filme não decepcionou, longe disso, me senti conquistado pela segunda vez, a ponto de desejar, mesmo as chances sendo remotas, uma outra continuação. Se a cena inicial do primeiro filme eram os personagens fugindo da polícia em uma maratona desenfreada, esse último também começava com pessoas correndo, só que dessa vez, diferente de uma atmosfera decadente e nada saudável, a cena se desenvolve numa academia, provavelmente um empreendimento bem sucedido de Mark Renton logo após ter passado a perna nos amigos, ou simplesmente um novo ambiente frequentado por um dos protagonistas. Mas se parecia estar tudo bem, um homem que se exercitava em uma esteira aparentemente sofre um ataque cardíaco e despenca do aparelho, mostrando que não, não estava tudo bem, presságio de novos conflitos que todo filme precisa ter era sutilmente nos apresentado. Como não podia ser diferente, nesses 20 anos muita água correu, embora os personagens continuassem com suas características marcantes que já sentíamos falta. Não houve muita evolução, suas vidas não progrediram quase nada, ainda menos quando sua chance de subir na vida foi frustrada por um Renton ganancioso e egoísta. Spud, como já podíamos imaginar, continua se afundando na heroína, sua parte do dinheiro intocada por Renton foi usada unicamente para abster seu vício. Chegou a casar, teve filho, vez ou outra se vê em um emprego esporádico, mas seu comportamento inocente e atrapalhado botava tudo a perder. Chegou mesmo ao ponto de tentar o suicídio, tentativa frustrada por Renton, que lhe aparece 2 décadas depois dizendo estar de passagem, mas logo convencido por Spud a passar alguns momentos com os velhos amigos. De todos eles, apenas Renton parecia estar levando uma vida saudável, mas os maus hábitos pouco contribuíram para o desgaste de suas aparências, e tirando o peso da idade, são basicamente os mesmos de antes. Por mais canalha que pareça Sick Boy nós torcemos por ele, o andamento de seu negócio próprio juntamente com uma garota de programa com a qual ele se relaciona depende de algumas chantagens com homens importantes, e para um homem que foi traído por um de seus melhores amigos e que quer apenas abrir o seu termas, ao invés de simplesmente se acabar nas drogas não parece ser assim, tão errado. E é justamente com Sick Boy, claro, depois de alguns entreveiros, que Renton entra numa nova ´´sociedade``, depois de convencer os outros e a si mesmo que sua vida realmente não estava nada boa, enquanto Spud se empenha em um novo ´´vício``, dessa vez mais saudável. No meio do processo, apesar de muitas encrencas, a redescoberta de uma boa amizade, mesmo permeada por maus hábitos, que jamais deveria ser deixada de fora e com a lição de que devemos saber perdoar, embora pessoas próximas aparentemente escolham opções mais corretas e vivam uma vida melhorzinha, e algumas sofrências e lembranças doloridas, no final o que fica mesmo é a lição da aceitação de sua real essencial, a compreensão de mensagens que o acompanha desde quando era muito novo para entender, de corrigir, consertar e aproveitar coisas valiosas por mais simples que pareçam, como uma garota bonita que aparece disposta a aprender o que você aprendeu a ensinar. O vilão da história fica mesmo por conta de Francis Begbie que já começa esse filme estando na prisão, que ficou por lá desde o final do primeiro filme e que pelo visto não sairá tão cedo e nem tão facilmente. O homem então dá um jeito de fugir bem ao estilo MacGyver, procurando por sua esposa e filho, que com toda certeza estavam melhores sem ele. Retoma suas atividades criminosas levando junto seu filho, um jovem com um futuro pela frente, que nada se parece com o pai. Begbie sempre foi o meu personagem favorito, ironicamente o único da turma que não usava drogas ilícitas, embora fosse o amigo ´´com ressalva`` que ninguém ousaria contrariar, por ter um comportamento agressivo fora do comum que muitas vezes o fazia se comparar a um psicopata, embora acredite que ele não tivesse essa patologia, já que os psicopatas são pessoas frias e não demonstram seus sentimentos. No caso, Begbie seria mais um cara explosivo que talvez sofresse de transtorno explosivo intermitente, somado com desvio de caráter. Tem mesmo de tudo para ser um vilão.
Contudo, o filme não é melhor que o primeiro, pois só é o que é por completar o original. Nesse caso, prefiro tratar os dois filmes por um só. Encerra tão bem o filme original que nos dá a sensação de ser um filme ´´do bem``, aquele que precisava ser feito para corrigir e limpar algumas más impressões deixadas. Bem além de simplesmente tratar de assuntos como drogas, é uma linguagem universal, que fala sobre amizade e juventude. Sim, porque assistir a esse filme me fez lembrar da minha própria juventude, a fase ´´pós adolescente``, sensação que muita gente teve ao assistir, independente de ser consumidora de droga ou não. Acredito eu que todo mundo se identificou ao menos com uma ou outra peripécia de Renton e seus amigos, suas desventuras, envolvendo pessoas do círculo de convívio social e amizades que você, anos depois, se pergunta porque conversava com elas. É claro que enquanto jovem, passando por períodos de descobertas, inícios de novas fases, começo de faculdade, por exemplo (período em que acho que minha vida mais se aproximaria da dos personagens do filme), nos envolvemos em situações e conhecemos pessoas que anos mais tarde vai fazer-nos querer esquecer, no máximo lembrar com bom humor uma época que não vai querer repetir, mas que tanto contribuiu para seu crescimento pessoal, mas será que teria sentido revisitar tudo isso tantos anos depois? No caso de Marck Renton teve, e ele pôde colher os bons frutos que deixou para trás, sem ter germinado. Bom, a diferença é justamente essa, talvez se ele não tivesse se ocupado com as drogas por tanto tempo, ele poderia ter colhido bem antes.