quarta-feira, 17 de julho de 2019

Homem Aranha longe de casa – Crítica


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O segundo filme desse novo Homem Aranha pode não ter sido tão feio assim, mas em minha humilde opinião ainda não foi dessa vez que pudemos assistir a um bom filme do herói. O posto de melhor aranha para mim continua ocupado por Tobey Maguire, que está para o amigão da vizinha assim como Cristopher Reeve sempre esteve para o Super Man.  Tom Holland só se sai melhor que Andrew Garfield, que muito pouco tem a ver com o Peter, e por falar nisso é importante lembrar que o problema é com o roteiro, pois realmente gostei do novo ator. Esquecendo De Volta ao Lar e todas as participações do herói em outros filmes, incluindo os eventos ocorridos em Vingadores Ultimato, ainda é difícil reconhecer características marcantes do herói que tanta diferença faz, a imagem de tio Ben sequer é lembrada, sendo que sua morte e sua mensagem ´´Grandes poderes trazem grandes responsabilidades`` foram de fundamental importância para seu surgimento. Tia May também rejuvenesce a cada filme, tudo bem que não precisa ser uma velhinha tradicional em se tratando de dias modernos como os atuais, pode agora se tornar uma senhorinha tipo Suzana Vieira ou mesmo uma Regina Duarte, como a de Espetacular Homem Aranha mais parecia, mas uma mulher enxuta e, por que não, bem gostosa como a mais recente, desconstrói a imagem de tiazinha frágil e indefesa que inspira cuidados. Tanto que, se esquecermos o filme anterior, é difícil reconhecê-la no trailer. Uma mulher tão inteira como essa não lamentaria a viuvez por muito tempo, talvez por isso a importância da mitologia do personagem foi chutada para escanteio sem piedade, logo a tia do Parker arranja outro marido, e Happy já até se candidatou ao posto. Isso me faz entender que tio Ben foi desde o início substituído por outra figura messiânica, Tony Stark, onde começa os problemas de verdade para o roteiro. Se estávamos acostumados com a trajetória do herói solitário, esse Aranha da MCU é apenas mais um, tanto que o próprio sabe disso, e talvez por isso essa tal frase de ... grandes responsabilidades`` perca um pouco de sentido. Ao ser procurado por Nick Fury ele o indaga com ´´Porque eu? Temos aí a Capitã Marvel, Thor, Capitão América...`` Mas o filme é dele, então talvez seja a chance dele brilhar. Sozinho, sozinho, ele realmente não vai ficar nunca mais. Agora tem em mãos equipamentos herdados da indústria Stark e da S.H.I.E.L.D que tornam seus poderes quase insignificantes para o combate ao crime. Mas enfim, esse é o Aranha da MCU, essa estranheza toda pode ser abraçada ou não, mas é certo que talvez seja difícil se acostumar. Enquanto assim for, nunca veremos Peter em volta de problemas normais como dificuldade em pagar aluguel e tentativas mirabolantes de manter sua identidade secreta, pois esse Peter tem tudo, é um garoto normal com pouco senso de responsabilidade, menos sofredor, e quem sabe por isso se torne mais imaturo. Tudo bem que esse seja o Peter mais jovem dos cinemas, mas desde já sua identidade secreta deixa de ser um problema a se preocupar (nos filmes atuais de heróis, questões de identidade secreta estão cada vez mais deixadas de lado), não tem mais dificuldades com garotas por ´´ser o Amigão da Vizinhança``, e ser inclusive cobrado pela tia May a vestir o manto de herói e a sair por aí, combatendo o crime, inclusive o ajudando a desenvolver novas habilidades.
Mas devemos reconhecer que é melhor que o filme anterior. Mystério é um vilão bem menos descartável que o Abutre, dá um gancho para aventuras seguintes. A história tem momentos interessantes, um exemplo a se destacar é quando Peter, com tantos equipamentos em mãos, na hora de desenvolver seu traje imaginávamos que sairia dali um traje hiper moderno com todas as traquitanas que teria direito, tal como um novo homem de ferro mesmo. Mas não, o garoto criou apenas um uniforme normal de Homem Aranha, daqueles que estamos acostumados a ver. Isso mostra que, apesar de tudo, o herói tem personalidade própria. A vontade de darmos mais uma chance ao herói é tanta, que passamos a acreditar que no filme seguinte tudo vai melhorar. O final e as cenas pós-crédito nos dão essa esperança. Vamos torcer para vermos daqui para frente um Peter mais trabalhador, menos moleque, passando a tirar fotos por aí, mesmo que não seja para o Clarim, como já ficou difícil imaginar. E a presença de Harry Osborn e Duende Verde, não necessariamente nessa ordem.

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