terça-feira, 23 de agosto de 2016

Acabei de jogar : AS CAVERNAS DA FEITICEIRA DA NEVE


Eu achava que nunca mais ia jogar um livro-jogo Aventuras Fantásticas, mesmo depois de, recentemente, ter finalizado pela primeira vez A Cidadela do Caos, que baixei em pdf, e O Calabouço da Morte, em uma versão interessantíssima feita para PC. Acontece que, sendo em pdf, eu tinha jurado não jogar mais, pois desse modo nem de longe sentiria novamente o prazer da infância/ adolescência de folhear as páginas para frente e para trás, de acordo às referências indicadas. Só que numa de minhas idas periódicas a um sebo encontrei As Cavernas da Feiticeira da Neve, que nunca tinha jogado. Apesar do sistema arcáico até mesmo para um livro jogo, a história, a aventura e os perigos encontrados são bem divertidos de serem superados, me entreti por horas a fio, e concluí-lo me deixou com uma sensação de missão cumprida e um gostinho de nostalgia saciada. Como o título sugere, trata-se de uma aventura glacial, a tal feiticeira, embora poderosa, não tem o impacto de um Zagor (O Feiticeiro da Montanha de Fogo) ou de um Balthus Dire (A Cidadela do Caos), tanto que a missão de encontrá-la não estava em primeiro plano na aventura do jogo, até então era desconhecida pelo aventureiro e sequer tem seu nome revelado nesse livro. O jogo se divide, basicamente, em três partes: o início no exterior, subindo as colinas do Dedo de Gelo, enfrentando os perigos e monstros que uma boa aventura na neve pode oferecer. A segunda parte, que seria o meio da aventura, é no interior da Caverna de Cristal, caverna da tal feiticeira, que me pareceu pequena, mas repleta de caminhos equivocados e monstros poderosos. Descobrimos então que a feiticeira na verdade é uma vampira, e ao derrotá-la o aventureiro tem de descobrir a saída da caverna na companhia de seus dois novos amigos, Redswift, um elfo, e Stubb, um anão, dois dos muitos pobres escravos da feiticeira que eram obrigados a usar o colar da obediência. Depois de enfrentarem muitos riscos, armadilhas cruéis, ´´pegadinhas`` e confronto com monstros ainda mais fortes, o jogador se depara com a feiticeira pela segunda vez, agora de uma maneira virtual, e ao destruí-la é preciso fugir da caverna que desmorona ,ainda na companhia de seus dois novos amigos. Assim o jogador chega na terceira e última parte, novamente o exterior, dessa vez sem os perigos gelados de deslizes, avalanches e nevascas da primeira parte, tanto que já começa a fazer um solzinho. Mas não pense que é a parte mais fácil. Os inimigos desse jogo de fato são muito fortes, é difícil chegar ao final sem índices altos de energia, habilidade e sorte. Nem mesmo fazendo as boas escolhas o jogador se livra de passar maus bocados. Além disso, o jogador se separa de seus companheiros de aventura e ainda descobre que sofreu uma maldição da feiticeira e precisa correr contra o tempo para não ter sua vida ceifada abruptamente, perdendo energia dirante sua busca pelo curandeiro que será seu possível salvador, passando um perrengue danado. O livro chega a fazer referências de outros títulos da coleção, como O Calabouço da Morte, Prova de Campeões, O Feiticeiro da Montanha de Fogo e A Floresta da Destruição. É um jogo bom, traz elementos inovadores apesar de o sistema ser sempre o mesmo, mas afinal, é o sistema que o consagrou e faz a coleção Aventuras Fantásticas ser lembrada até hoje. A Jambô editora chegou a relançar alguns títulos por aqui, mas confesso que nunca vi em livraria nenhuma. Estou decidido a escrever alguns livros jogos com um sistema diferente, baseado no exemplo de Athos Beuren, mas isso é matéria para outro post. Até hoje me pergunto como que os jogos da série tinham aventuras que variavam entre curta, média e longa possuindo todas elas as exatas 400 referências, como que eles faziam para construir o jogo sem se atrapalhar com a aleatoriedade dos números de referência, como era feita a separação, se eles escolhiam os números, enfim, o mais legal disso tudo é que, se pararmos para pensar, foi o sistema precursor dos videogames, isso merece ser destacado. Caso tenha a oportunidade, jogue, eu recomendo. Nem que seja em pdf mesmo. Tentei não spoilar o suficiente para estragar a emoção do jogo.



Conheça sim a versão para PC dos livros-jogos da série Aventuras Fantásticas. É de cair o queixo, já disse uma vez e não canso de repetir. Conheça a página desse respeitoso entusiasta que faz um trabalho de qualidade e de graça para fans como todos nós. Palmas para ele.

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