Desde sempre a turminha
criada por Maurício de Souza nos devia um filme em sua versão live action,
embora muitos torcessem o nariz. Mesmo os mais otimistas temiam pela
descaracterização da turma dos gibis. Acabou que Turma da
Mônica: Laços (2019, Daniel Rezende) foi bem recebido por grande parte de
crítica e público, projeto até então grandioso, inédito, e o que é melhor, ainda
na era de seu criador. A história é baseada na graphic novel homônima de Vitor
e Lu Cafaggi, e tudo é bem fiel à turminha, a história, as confusões, e os
personagens, mesmo alguns secundários, foram lembrados. O filme teve direito
até a Maurício de Souza fazendo uma ponta bem ao estilo Stan Lee. Contudo, um
só filme é pouco e nos deixou um gostinho de quero mais. Torcíamos, na verdade,
por uma trilogia, consigo até imaginar todo um universo cinematográfico com os
personagens, como o MCU mesmo. As sequencias não deveriam demorar sendo que
crianças crescem rápido e seria, para mim e para muitos, inadmissível a troca
dos atores principais. É até preferível que apareçam espichados entre um filme
e outro, cheios de espinha na cara, engrossando a voz e começando a evidenciar
pelos pelo corpo, tal como aconteceu com Stranger Things. Por essa razão que
não consegui imaginar mais que três filmes.
Recentemente tomei
conhecimento de uma continuação; Lições, e fiquei entusiasmado ao assistir o
trailer apresentando versões de carne e osso de personagens que faltaram em
Laços. Contudo, não acho que o filme possa ser perfeito. Se o primeiro tinha
todo sabor de fan servisse e cumpria a função de apresentar a Turma da Mônica
em uma versão diferente para várias gerações, que poderia se sustentar por si
só, o segundo vem com a promessa de completar a história, fechando o arco e
apresentando o que ficou de fora. Já deu para ver que o novo filme vai tratar
de questões como maturidade, fim da infância e chegada à adolescência. Não
pareceu que caberia outra história depois dessa, não com a mesma turminha.
Teríamos então, quem sabe, um filme com a Turma da Mônica jovem? Sinceramente,
prefiro nem pensar nisso.
Bem, então devemos
aproveitar Turma da Mônica: Lições sem pensar em nada mais, sendo essa uma
sequência bônus. Embora preferisse um filme descompromissado sem lições e sem
questões profundas, só com a turminha em situações próximas às dos gibis, é
inegável que o capricho precisa ser maior em produção com atores de verdade.
Mas tudo bem. Só de pensar em assistir um segundo filme da turminha que há mais
de 30 anos jamais imaginaria ver em uma única versão realista, é coisa demais para se
contentar. E se mesmo assim o gostinho de quero mais persistir é só lembrar que
o universo dos personagens de Maurício de Souza é gigantesco, o que não vai
faltar é histórias de personagens para adaptar.
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